Natação | (Com informações do CPB) | 16/12/2004 11h11

Pedido de reclassificação de Clodoaldo Silva é explicado

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Pedido de reclassificação de Clodoaldo Silva é explicado

Um e-mail poderia ter modificado os resultados do nadador Clodoaldo Silva e da delegação paraolímpica que representou o Brasil nos Jogos de Atenas. A mensagem, enviada pela família Vilar para o IPC no dia 3 de agosto deste ano, pedia a reclassificação do atleta. Em Sydney-2000, o também nadador Luís Silva, outra expressão do esporte paraolímpico nacional, passou por uma reclassificação a pedido de outros países. A reclassificação aconteceu, prejudicando o desempenho de Luís, que não trouxe os resultados esperados por ele e pelos integrantes da delegação naquela ocasião. Nesta edição dos Jogos Paraolímpicos, o mesmo poderia ter acontecido. Agora, com Clodoaldo Silva, que abocanhou nada menos do que seis ouros e uma prata. Só que desta vez o pedido de reclassificação saiu do próprio Brasil. Clodoaldo e integrantes do Comitê Paraolímpico Brasileiro- souberam do ocorrido antes mesmo dos Jogos começarem em Atenas. A posição tomada tanto pelo CPB quanto pelo atleta foi de manter sigilo sobre os acontecimentos, até que fossem esclarecidos os fatos. Sem as medalhas conquistadas por Clodoaldo o Brasil poderia ter ficado em 19º no quadro de medalhas em vez do 14º lugar obtido na Grécia. Depois de todos os resultados positivos, do reconhecimento da sociedade brasileira e de muitas homenagens prestadas em todo o país, Clodoaldo resolveu, baseado em documentações, falar sobre o assunto. O atleta convocou uma coletiva no seu Estado, o Rio Grande do Norte, e esclareceu o seu ponto de vista. "Estou aqui para dizer que assim como aconteceu comigo, poderia ter ocorrido com outro atleta. Por isso acho injusto, já que o susto passou, não falar nada sobre os acontecimentos", afirmou Clodoaldo. Toda a questão começou a partir de um e-mail supostamente enviado por Rodrigo Vilar - ex-técnico de Clodoaldo - para a avaliadora internacional do Comitê Paraolímpico Internacional-IPC, Anne Green, solicitando a reclassificação do nadador da classe S4 para um nível mais competitivo ainda antes dos Jogos Paraolímpicos de Atenas. Como os procedimentos utilizados não passaram pelo CPB, o pedido foi prontamente negado pelo IPC. Logo depois, foi descoberto que tal mensagem foi enviada pelo endereço eletrônico da noiva de Rodrigo Vilar. Rodrigo, após chegar de Atenas foi desligado do Comitê Paraolímpico Brasileiro, onde exercia a função de técnico nacional de natação paraolímpica. A Associação Nacional de Desporto para Deficientes e a Associação Brasileira de Desportos em Cadeira de Rodas, entidade que abriga a SADEF de Clodoaldo, se mostraram contrária à ação. Segundo carta enviada pela ABRADECAR à SADEF tanto Rodrigo Vilar, da coordenadoria de natação da entidade, quanto seu pai, José Rosélio Vilar, da diretoria técnica da mesma, foram afastados logo após a ABRADECAR ter tomado conhecimento dos acontecimentos. Segundo o e-mail com o pedido de reclassificação, Clodoaldo tem movimentos não característicos de sua classe como o movimento de pernas (aptidão para chutar). Também consta que o atleta não estava fisicamente preparado durante sua classificação internacional. Por isso, o nadador deveria ser reavaliado. Dados específicos foram citados, que somente especialistas saberiam escrever e não uma pessoa leiga. A classificação de atletas paraolímpicos é feita por especialistas e tem a ótica sobre a deficiência dos atletas. Após os Jogos de Atenas, a mãe do ex-técnico de Clodoaldo assumiu toda a culpa do ocorrido, dizendo que foi ela que enviou o e-mail. O CPB enviou um pedido oficial para o Ministério do Esporte para a apuração dos fatos e este por sua está providenciando o encaminho do caso para o Ministério Publico. Existem evidências e documentos que estão sob a responsabilidade da assessoria do atleta e das instituições envolvidas.

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