Natação brasileira se complica com a falta de Gustavo Borges

O Brasil já começa a sentir, na água, a ausência de Gustavo Borges. Na primeira grande competição realizada após a aposentadoria do maior ícone da história da natação nacional, o País decepcionou ao ficar sem uma medalha sequer no Mundial disputado recentemente em Montreal, no Canadá.

O número de finais que os brasileiros alcançaram, inclusive, surpreendeu de forma negativa. Enquanto na Olimpíada de Atenas, ainda com Borges, o Brasil disputou cinco decisões, no Mundial apenas Fernando Scherer (quinto nos 50m borboleta) e Kaio Márcio (sétimo nos 100m do mesmo estilo) participaram das provas por medalha.

O próprio Borges admitiu ter ficado decepcionado com o desempenho em Montreal. O nadador conquistou as últimas medalhas brasileiras em Mundial nos 100m livre e nos 4x100m livre, em Roma (1994).

\"A participação foi modesta. Pelo nível apresentado na Olimpíada eu esperava um pouquinho mais da seleção no Mundial. Por ser um ano pós-olímpico, acho que o efeito do acontecido diminui um pouco\", disse Borges, em entrevista ao Terra Esportes.

\"A gente tem uma equipe muito boa ainda, vai ser a base do Pan e da Olimpíada de Pequim-2008. Temos de manter o ritmo forte de treinamentos, levantar a cabeça e continuar atrás do objetivo\", completou o nadador, dono de quatro medalhas olímpicas.

Apesar do desempenho inferior aos Jogos Olímpicos, Kaio Márcio afirmou que houve uma evolução em comparação ao último Mundial, em Barcelona de 2003, quando Scherer foi finalista dos 50m livre, mas admitiu que o País ainda está fora da disputa por medalhas.

\"Essa equipe ainda não chegou ao limite. Chegamos a duas finais e algumas semifinais e mostramos uma evolução, mas ainda não chegamos ao ponto de disputar medalhas\", disse o especialista em nado borboleta.

O nadador paraibano, que ganhou mais espaço com a aposentadoria de Borges, garantiu que não irá se sentir pressionado por já ser um dos destaques da equipe brasileira.

\"Não sinto pressão por resultados. O meu saldo foi positivo em Montreal por ser o primeiro ano do novo ciclo olímpico. Acho que estaremos em um nível melhor no próximo Mundial e Pan, que acontecem em 2007, pois teremos tempo para aprimorar alguns detalhes que melhoram a parte técnica\", completou.

Finalista nos 50m em Atenas-2004, Flávia Delarolli admitiu ter ficado frustrada por ter chegado apenas à semifinal no Mundial. A nadadora também participou dos 50m costas.

\"Não consegui o resultado que queria e o resultado ficou aquém do esperado, mas fiz o máximo que podia na competição. O meu tempo também ficou abaixo da Olimpíada\", comentou Delarolli.

\"A minha temporada foi baseada nessa competição. A gente tentou coisas novas, procurando algumas alternativas. Dessa vez não deu certo\", completou.