Quatro campeões do maior evento de Artes Marciais Mistas (MMA) de Mato Grosso do Sul, colocaram seus títulos a prova no último sábado (10), em Costa Rica. Os cinturões das categorias de 66 Kg, 70 kg, 77kg e 93 kg foram disputados no octógono do Ginásio Poliesportivo Luiz Carlos Yamashita. Dois confrontos acabaram decididos pelos árbitros laterais e os outros terminaram no primeiro assalto.

Os lutadores souberam defender os títulos que possuíam e em poucos momentos foram ameaçados pelos adversários. Houve polêmicas nas decisões dos árbitros e nas atitudes indisciplinadas de determinados atletas. Confira abaixo um resumo de como foram as disputas de cinturão do 18º Pantanal Fight em Costa Rica.

Total falta de respeito

Na primeira luta valendo o título do evento, válida pela categoria até 66 kg, terminou nos primeiros instantes, porém foi marcada pela indisciplina inesperada de Carlos Cavalcante, que nocauteou Andrézinho Oliveira.

Após atingir o rival com uma bela joelhada e ser anunciado oficialmente como detentor do cinturão, Andrézinho pegou o microfone e difamou o evento ao falar “eu quero falar mesmo é da bolsa, estou lutando quase de graça”. A declaração do lutador gerou confusão com os idealizadores do evento. No fim da história, o organizador Nilson Pugatti ordenou que o atleta devolve-se o cinturão.

Áreas sensíveis

Na da categoria até 70 Kg, o duelo ficou por conta de Ciborg e o atual campeão Walker Wilson. No primeiro round, o desafiante foi derrubado nos primeiros momentos e o combate ficou no solo até o fim do período. No assalto seguinte, o primeiro golpe do campeão atingiu em cheio as partes íntimas de Ciborg. Conforme as regras, foi dado o tempo de cinco minutos para o lutador se recuperar, ele demonstrava sinais intensos de dor, gritava alto e não disfarçava a expressão ruim. Recuperado, o atleta atingido voltou melhor, que ficou bem parelha até o momento em que Walker levou o desafiante ao chão e fez dele um passageiro da agonia.

No round final, Ciborg foi atingido mais uma vez nos órgãos genitais, dessa vez o golpe aparentou ser mais fraco. Novamente foi concedido o tempo de cinco minutos para recuperação, dessa vez a torcida desconfiou que o atleta fingia a dor e deu início a vaias intensas. Em decorrência dos golpes baixos, Walker foi penalizado com um ponto. No restante do round, Ciborg parecia muito cansado e não engatava uma boa sequência de golpes.

No fim, por decisão dividida, Wlaker Wilson continua campeão da categoria.

Engraçadinho

Entraram no ringue pela categoria até 77 Kg, Nando Gomes, defendendo o título, e Paulo Ricardo. No início, Gomes levou vários chutes baixos na perna direita, mas não sofreu com os golpes e ao passar do primeiro assalto dominou o ringue e chegou a sambar para provocar o desafiante. O segundo round foi de estudo, com golpes dados no vazio e sem expressão. No último round, o combate ficou mais franco, Nando atacava com socos por cima e ao mesmo tempo levava chutes na perna. Nando provocou mais uma vez o adversário deitando no chão do octógono. Daí pra frente, nada mudou.

Enquanto a decisão dos juízes era aguardada, a torcida gritava o nome de Paulo. E contrariando toda população presente no ginásio, por decisão unânime, a vitória foi dada para Nando Gomes.

Superação de vida

Após vencer a guerra contra um câncer no rim, Anderson Babão voltou aos octógonos, depois de um ano e meio para devido a doença, disputando o cinturão na categoria até 93 Kg com André Garcia. Em alguns segundos de luta, Babão derrubou o adversário com uma pegada pela cintura e na queda, Garcia lesionou a perna direita, terminando a luta em decorrência do membro machado. Segundo o médico do Pantanal Fight, a suspeita é que o desafiante tenha lesionado um ligamento.

Pode-se dizer que o evento terminou com a famigerada chave de ouro, tendo em vista que no seu discurso de vitória, Babão relatou o recente caso de câncer que enfrentou comemorando a total recuperação com a volta aos combates.