Três atletas de MS são medalhistas no Brasileiro de Luta Olímpica
O Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro-RJ, recebeu, no último sábado (13), Campeonato Brasileiro Cadete de Wrestling (também chamado de Luta Olímpica) 2019. A competição teve a participação de, aproximadamente, 200 atletas, de 15 a 17 anos, em 30 categorias, nos três estilos da modalidade: greco-romano, wrestling feminino e livre. Três sul-mato-grossenses trouxeram medalhas para casa.
Os lutadores de Mato Grosso do Sul garantiram duas medalhas de prata e uma de bronze. Quem ficou em 2º lugar foram Luiz Felipe Genoud (estilo greco-romano, até 60 quilos) e Pedro Silva (estilo livre, até 71 quilos). O atleta campo-grandense Gabriel Mota (estilo livre, até 65 quilos), de 16 anos, ficou com o bronze. O três foram treinados e comandados pelo mestre Agnaldo Santos.
Mato Grosso do Sul possui, até o momento, cinco medalhas em Campeonatos Brasileiros de luta olímpica este ano, na categoria cadete.
Com o Campeonato Brasileiro 2019, os três primeiros colocados, em todas as categorias, podem solicitar apoio do programa Bolsa Atleta, do governo federal.
A mãe de Gabriel Mota, Elaine Souza organizou, no dia 7 de abril, uma pastelada para levantar fundos e conseguir arcar com os custos da viagem do filho. O atleta necessitava de, pelo menos, 850 reais para desembolsar com taxas de inscrição e anuidade da federação estadual e confederação nacional, transporte e alimentação.
E deu certo. Gabriel teve a oportunidade de disputar mais um Campeonato Brasileiro. O atleta conquistara também o bronze na mesma competição nacional, em março do ano passado, em Niterói-RJ.
Gabriel Mota (vermelho) foi bronze no Brasileiro 2018 (Foto: Divulgação/CBW)
“Um atleta nunca quer o terceiro lugar, ele quer estar no lugar mais alto do pódio. Mas, em um campeonato deste, com tantos atletas de alto nível do Brasil, pra gente já é uma vitória o bronze. O Gabriel está muito feliz. Essa medalha conta muito para a carreira dele”, disse a mãe do atleta, ao Esporte Ágil.
O treinador Agnaldo Santos relata ao Esporte Ágil as dificuldades financeiras para poder competir em palcos nacionais. Ele afirma que, mesmo lançado com antecedência o calendário de competições, no começo do ano, muitos atletas não têm condições de mostrar potencial fora do estado e até do município, por falta de recursos e apoio governamental da Fundação Municipal de Esportes de Campo Grande (Funesp) e Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte). Para ele, os atletas sul-mato-grossenses convivem com uma constante incerteza.
“Sempre temos de tirar dinheiro do próprio bolso, convivemos com a incerteza de apoio da Funesp e Fundesporte. Eu, como professor, tiro para minhas despesas e para ajudar algum aluno. Os pais também se apertam para enviarem os filhos para os campeonatos. Não é fácil. Quando recebemos o calendário e sabemos que haverá competição em breve, já começa o sufoco, de querer saber como ir. Às vezes, acabamos indo de última hora, como para essa competição de cadetes. Essa correria não é fácil, mas eu faço porque eu gosto disso, os garotos me procuram para treinar, querem aprender e competir”, confessa Santos.
Atletas e técnico no embarque para o Rio (Foto: Arquivo pessoal)
Hoje, Santos auxilia seus atletas como forma de gratidão às pessoas que o ajudaram quando treinava e competia. “É o sonho deles. Eu também já fui atleta e tive esse sonho. Sempre lembro que, lá atrás, quando comecei, alguém me ajudou, dando bolsa ou material para treinar, porque meus pais não tinham condições financeiras. Eu fui inserido no esporte por meio da ajuda de outras pessoas. Agora, eu tento retribuir para outros atletas".
"O esporte abre portas para a garotada. Eu faço tudo isso pelas crianças, faço com gosto. Muitas vezes, tenho de deixar o trabalho para viajar com eles, perco noites de sono, dá cansaço, mas é um prazer para mim, porque o esporte abriu muitas portas para mim e quero abra para os próximos”, finaliza o treinador.
Santos já havia viajado, em março, para o Rio de Janeiro-RJ, com as atletas Assíria Daniela (até 53 kg) e Amanda Leal (até 57 kg) para a disputa do Campeonato Brasileiro, pela categoria júnior. Ambas retornaram a Mato Grosso do Sul com a medalha de bronze no peito.
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