Judô | Da redação/com Assessoria | 19/08/2014 10h06

Campeãs olímpicas são frutos da descentralização do judô nacional

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Campo Grande (MS) - Uma medalha olímpica é fruto de um trabalho de muitas mãos. Layana Colman e Sarah Menezes são grandes exemplos de como o judô brasileiro vem mudando e crescendo nos últimos anos. As duas campeãs olímpicas moram e treinam longe dos tradicionais centros da modalidade. Sarah é do Piauí onde, mesmo depois de várias propostas após Londres, permanece. Layana é do Mato Grosso do Sul, onde treina judô desde os nove anos. A história de sucesso de Sarah, de 24 anos, é uma inspiração para a jovem Layana de apenas 18 anos.

"Para mim, essa medalha foi a consequência de um trabalho bem feito, dedicado e de muita responsabilidade.  Sou jovem e tive que abdicar de muitas coisas. Não é fácil e eu estou muito feliz porque consegui o que eu vim buscar. Agora vou comemorar com todo mundo que torceu por mim", afirmou Layana, que comentou o crescimento do judô feminino brasileiro. "Tudo o que o judô feminino tem conquistado é resultado do trabalho de muita gente. Da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), do Comitê Olímpico Brasileiro, da minha academia, da Sarah (Menezes), da Rafaela (Silva). E para mim também é só o começo. Não vai ficar por aí. Eu e as meninas do Brasil ainda vamos dar muitos shows pelo mundo", projetou a atleta.

Da França, onde está concentrada com a seleção brasileira que começa a disputar o Mundial Chelyabinsk 2014 no próximo dia 25, a campeã olímpica da categoria ligeiro agradeceu as palavras de Layana,. “Eu acho muito bacana servir de inspiração para esses atletas jovens. Para mim, é um incentivo a mais para continuar me dedicando nos treinos e conseguir novas conquistas. E com novas conquistas eles também estarão mais motivados”, disse Sarah. “É ótimo quando um atleta jovem consegue atingir suas metas. Isso mostra que os investimentos na base são muito importantes. Está aí o resultado! Parabéns a ela e que continue nesse caminho de vitórias”, concluiu.

As palavras e as conquistas delas refletem um objetivo traçado pela Confederação Brasileira de Judô quando o presidente Paulo Wanderley Teixeira assumiu o comando da instituição: descentralizar o judô. Hoje, o investimento nas categorias de base vem crescendo e, no atual ciclo olímpico, serão cerca de três milhões anuais nas classes juvenil e junior, através de investimento direto e de parcerias com o Ministério do Esporte através da Lei de Incentivo e com o Comitê Olímpico do Brasil.  

Graças a isso, a gestão das Equipes de Base estabeleceu uma rotina de participações em eventos do Circuito Mundial das classes Sub 18 e Sub 21. Tradicionais torneios e treinamentos de campo na Bélgica, França, Rússia, Itália, Portugal, Alemanha, Romênia, República Tcheca, Panamá, República Dominicana e Japão contam com a presença de equipes brasileiras que chegam a ter mais de 20 atletas. Layana creditou parte de seu sucesso a essa rodagem internacional. “Já tinha enfrentado a maioria das atletas que encontrei nos Jogos. Então ficou muito mais fácil traçar a minha estratégia para cada uma delas”, disse ela. O trabalho de análise das adversárias junto com a técnica Danusa Shira, que chegou à comissão técnica da base em 2012 e acompanhou Layana durante toda sua carreira como juvenil, foi muito bem feito já que a brasileira não foi projetada nenhuma uma vez nas quatro lutas que fez em Nanquim.

Mas, para chegar às seleções de base, o atleta tem que ter uma boa participação nos Campeonatos Nacionais. Por isso, o Programa de Apoio às Federações (PAF), contempla todas as Federações Estaduais com passagens para os eventos organizados pela CBJ: são 3500 bilhetes aéreos para quase 1000 atletas e técnicos por ano. Desde 2011, o montante investido ultrapassa sete milhões de reais. Os atletas também chegam às competições bem preparados porque têm em seus Estados tatames de nível internacional. Em parceria com o Ministério do Esporte, foram investidos mais de 6,5 milhões de reais para a aquisição de peças de tatame e kits eletrônicos para que as Federações pudessem organizar treinamentos e eventos com padrão FIJ.

“É um sonho realizado. Mais do que conseguir um resultado é importante se manter tentando conquistas relevantes. Essa medalha da Layana é mais uma prova de que os investimentos feitos pela Confederação Brasileira de Judô estão indo no caminho e formando uma base sólida para os próximos anos”, disse Paulo Wanderley Teixeira.

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