Hipismo | Com Gazeta Esportiva.Net | 29/03/2008 21h37

Clementino faz índice e fica muito perto das Olimpiádas de Pequim

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São Paulo (SP) - Medalhista de bronze na prova de adestramento por equipes nos Jogos Pan-americanos, o sul-mato-grossense Rogério Clementino ficou muito próximo de carimbar o passaporte para as Olimpíadas. Neste sábado, ele recebeu duas notas superiores aos 64% exigidos pela Federação Equestre Internacional (FEI) para a ratificação das vagas brasileiras em Pequim-2008.

Em disputa realizada durante a manhã no Clube Hípico Santo Amaro, em São Paulo, o sul-matrogrossense teve uma atuação quase irrepreensível montando Nilo VO e conseguiu 68,542% do árbitro oficial Axel Steiner e 66,250% da canadense Elizabeth McMuller. Agora, o brasileiro só precisa repetir o feito uma vez diante de um juiz credenciado para garantir seu lugar na luta pela medalha de ouro na China.

A próxima seletiva será entre os dias 18 e 20 de abril também Clube Hípico. Caso algo de errado, Clementino ainda terá uma nova chance de 9 a 11 de maio no mesmo local. Trata-se ainda de uma oportunidade de ouro para outros conjuntos brasileiros assegurarem seu lugar em Pequim se apresentando em solo nacional - depois, só haverá novas possibilidades em eventos realizados na Europa, lugar no qual o nível dos concorrentes aumenta, elevando consequentemente o rigor dos juízes.

"Primeiramente agradeço a Deus. Foi muito emocionante, mas agora tenho que colocar os pés no chão. Preciso conseguir ainda mais um resultado. Comecei muito bem e agora é mais foco, continuar com o trabalho mesmo", afirmou Rogério, em êxtase depois da conquista. "Eu achava que estava muito bem, mas este índice até mesmo me surpreendeu. Estava confiante porque a gente tem que ser assim, mas acho que Deus está do meu lado. Ele vem abençoando sempre", comemorou.

A obtenção de um lugar olímpico na prova de adestramento é complicada: o pódio por equipes no Pan, por exemplo, garantiu ao Brasil o direito a levar a equipe completa (três conjuntos titulares e um reserva) para as Olimpíadas, fato inédito na história da modalidade. Porém, a Federação Equestre Internacional (FEI) determina que as vagas sejam ratificadas com a obtenção de 64% em avaliação feita por dois juízes oficiais (O) em dois eventos diferentes de nível Grande Prêmio (bem mais complicado que o nível do Pan, que é São Jorge).

E, apesar da medalha no Rio, Clementino e Nilo VO sequer tinham participado de um Grande Prêmio. A primeira vez foi no início das seletivas olímpicas, quando o conjunto passou longe do índice. Já na segunda oportunidade, o cenário melhorou e por pouco o feito não foi alcançado: no último dia 14 de março, o conjunto recebeu 63,292% da canadense McMuller.

"Estou subindo", avisou o cavaleiro. Sul-mato-grossense de origem humilde da cidade de Ivinhema, ex-peão de rodeio, Rogério destacou as dificuldades dos últimos meses. "O tempo de adaptação de um São Jorge para o Grande Prêmio normalmente é de um ano, mas consegui resultados rápidos graças ao meu treinador e a garra de tentar sempre aprender mais", avaliou.

Favorito neste sábado, Clementino contou com forte apoio dos aproximadamente 100 presentes ao Clube Hípico de Santo Amaro. Encerrada a apresentação, que deve ser realizada com completo silêncio, ele foi amplamente aplaudido pela torcida, confiante na obtenção do índice.

Porém, mesmo badalado, o cavaleiro procurou não se deixar levar pelo embalo nos momentos seguintes à sua apresentação. "Acho que fui bem, mas ainda dá para melhorar", comentou, enquanto aguardava a divulgação das notas. Na hora que ouviu os índices, deu um pulo e começou a gritar de alegria, sendo abraçado por amigos.

Apesar do discurso humilde, ele admite que está com tudo pronto para embarcar para o Oriente. "Já está tudo certo com o passaporte", brincou o atleta. Quem também quase fez festa foi sua companheira de Pan, Luiza Tavares Almeida, mas a amazona de 16 anos chegou a 63,333% em nota dada por Steiner.

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