Futebol Europeu | Globo.com | 22/05/2008 15h58

Manchester conquista a Liga dos Campeões nos pênaltis

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Moscou (Rússia) - Em jogo emocionante e cheio de alternativas, o Manchester United se sagrou campeão europeu pela terceira vez nesta quarta-feira. Após empate de 1 a 1 no tempo normal e igualdade sem gols na prorrogação, os Diabos Vermelhos venceram o Chelsea por 6 a 5 na disputa de pênaltis e levaram a taça da Liga dos Campeões , que teve a final disputada em Moscou.

Cristiano Ronaldo, cotado para melhor jogador do mundo em 2008, fez o gol do Manchester nos 90 minutos, mas quase virou vilão ao perder um dos pênaltis na disputa. Lampard fez o gol do empate do Chelsea, que esteve perto de levar o título, mas o capitão Terry, que salvou um gol incrível durante a prorrogação, escorregou no último pênalti e manteve o Manchester vivo. Depois, Anelka perdeu para o Chelsea, e os Diabos comemoraram a conquista de forma invicta (nove vitórias e quatro empates).
 
Os jogadores brasileiros envolvidos na decisão assistiram ao jogo do banco de reservas. Anderson, pelo Manchester United, e Belletti, no lado do Chelsea, entraram pouco antes do apito final, apenas para participar da decisão por pênaltis (converteram suas cobranças). Alex, zagueirão dos Blues, não teve chance de ir a campo.

Esta foi a primeira vez que dois times ingleses decidiram o principal torneio interclubes do futebol europeu. Foi a 11ª conquista da Inglaterra na Liga dos Campeões, que iguala assim os também recordistas Itália e Espanha.

O jogo - O Manchester United começou o jogo com amplo domínio territorial. O time demorou a ameaçar o gol de Cech mas, aos poucos, passou a criar boas oportunidades. Com Cristiano Ronaldo aberto pelo lado esquerdo e Tevez e Rooney formando a dupla de ataque, os Diabos Vermelhos levaram vantagem de fato foi no meio-de-campo. Apesar de o Chelsea ter entrado com apenas um homem de frente (Drogba), o congestionado setor de meio foi melhor aproveitado pelo Manchester. 

O domínio do bicampeão inglês transformou-se em vantagem no placar aos 26 minutos. Scholes (que acabara de voltar a campo depois de ser atendido devido a um sangramento no rosto) tabelou com Brown na ponta direita. O lateral foi ao bico da área e cruzou no segundo pau, onde Cristiano Ronaldo subiu livre para cabecear e correr para o abraço.

O gol fez com que o Chelsea saísse um pouco mais para o jogo. Embora o time tenha conseguido maior poder ofensivo, também abriu espaços para perigosos contragolpes do Manchester. Os Blues por pouco não empataram aos 33. Após cruzamento na área, Drogba ajeitou para o meio, e Rio Ferdinand, acuado por Ballack, testou contra o próprio gol. Van der Sar fez grande defesa.

A resposta do Manchester não demorou. Em rápido contra-ataque, Cristiano Ronaldo avançou pela esquerda e cruzou para Tevez cabecear. Cech fez grande defesa e se recuperou a tempo para defender também a bomba de Carrick, que pegou o rebote na entrada da área.

Desordenado mas com muita vontade, o Chelsea seguiu buscando o empate e, novamente com Tevez no contragolpe, o Manchester quase ampliou. O esforço dos azuis, no entanto, foi premiado aos 45 minutos. Essien bateu de longe, a bola desviou na zaga e sobrou limpa para Lampard, que empurrou para o gol. O craque inglês apontou para o céu durante a comemoração, lembrando a mãe, falecida este ano.

Chelsea comanda ações no segundo tempo = Depois do intervalo, o jogo ganhou em emoção. As duas equipes voltaram impondo muito mais velocidade à partida, buscando o gol do título. Cristiano Ronaldo fez grande jogada pela esquerda e deixou Evra livre na linha de fundo. O francês cruzou, mas ninguém do Manchester alcançou a bola na área.

A resposta do Chelsea foi rápida. Essien foi lançado pela direita, correu até a entrada da área e deu um drible humilhante em Cristiano Ronaldo, que ajudava na marcação. O ganês soltou a bomba de perna esquerda, mas errou o alvo.

Aos 12 minutos, foi a vez de Ballack, com uma bomba de fora da área, assustar o goleiro Van der Sar e a torcida do Manchester United. O time azul passou então a dominar o jogo territorialmente e, vez por outra, a levar algum perigo ao gol dos Diabos Vermelhos.

O Chelsea  reclamou muito da arbitragem aos 31. Em disputa de bola na grande área, Malouda caiu após trançar o pé com o do zagueiro Rio Ferdinand. O árbitro Lubos Michel interpretou o lance como normal e não marcou o pênalti.

O gol da virada dos azuis foi ficando cada vez mais maduro. Aos 33, Drogba acertou belo chute de fora da área e viu a bola explodir na trave esquerda de Van der Sar. Esta, entretanto, foi a última grande oportunidade de gol no tempo normal.

Nos minutos finais, Alex Ferguson lançou Giggs no lugar de Scholes no time do Manchester. O meia galês tornou-se assim o recordista em número de jogos pelos Diabos Vermelhos, superando o lendário Bobby Charlton (759 a 758).

Tempo extra - Na prorrogação, o Chelsea seguiu comandando as ações. Lampard, após linda troca de passes na área do Manchester, carimbou o travessão de Van der Sar, logo no início. Essien, em chute de longe, também fez o público em Moscou suspirar.

O Manchester United, por sua vez, mostrou por que é apontado como um dos melhores times do mundo no momento. Aos 10, Evra fez linda jogada pelo lado esquerdo e cruzou para trás. Giggs entrou livre e bateu, já com Cech batido. O capitão Terry se entortou todo e, de cabeça, salvou o gol, mandando a bola para escanteio.

No segundo tempo da prorrogação, as duas equipes evitaram correr riscos e as chances de gol praticamente inexistiram. Aos 10 minutos, um empurra-empurra entre Tevez e Ballack acabou por gerar um tumulto generalizado. Drogba acertou um tapa no rosto de Vidic e acabou expulso. Tevez e Ballack acabaram levando apenas cartões amarelos. A partir daí, o jogo se arrastou até o apito final sem grandes emoções.

Nos pênaltis, Cristiano Ronaldo quase pôs tudo a perder ao desperdiçar sua cobrança. Mas Terry, no último pênalti que seria batido pelo Chelsea, escorregou e mandou para fora (a bola ainda raspou a trave esquerda). Na série de desempate, Anelka chutou para a defesa de Van der Sar, e o Manchester soltou o grito de campeão da garganta.

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