Futebol | goal.com | 09/07/2020 08h11

Clubes vivem imbróglio com grupo Turner e buscam alternativas

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Os clubes que vivem o imbróglio contratual com a Turner observam de perto as possibilidades que podem surgir com a Medida Provisória 984, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, que alterou o artigo 42 da Lei Pelé, dando aos mandantes o direito de negociar a transmissão dos respectivos jogos. Qualquer movimentação, porém, não será imediata e deve seguir uma lógica do benefício para todo o coletivo.

Palmeiras, Santos, Bahia, Internacional, Athletico, Coritiba, Ceará e Fortaleza, dentre as equipes da Série A do Brasileiro de 2020, assinaram acordo para a cessão de direitos à Turner. A maioria tem vínculo assegurado até 2024, mas uma briga nos bastidores pode forçar a rescisão do acordado.

A Turner alega algumas violações do contrato, como quebra de confidencialidade na imprensa e transmissão de jogos dos clubes que acertaram consigo para as mesmas praças onde eram realizados. No outro lado, clubes acreditam que a empresa tenta se livrar de pagar o restante do contrato, que gira em torno de R$ 2 bilhões na soma de todas as equipes.

Sem receber, o "grupo da Turner" viu o horizonte se expandir com a MP. Por exemplo, na legislação em que foram assinados os vínculos, apenas 42 duelos puderam ser transmitidos, já que era necessário que uma empresa tivesse acordo com as duas equipes que atuassem. Em 2020, com a MP, o montante subiria para 152 duelos.

Com mais jogos para oferecer, os clubes acreditam que podem entrar forte em uma nova negociação com a Globo caso o contrato com a Turner realmente seja encerrado. Uma renegociação dos valores com a empresa norte-americana também é cogitada, ainda que mais improvável.

Todos os consultados pela reportagem, porém, descartam seguir o caminho do Flamengo, que começou a transmitir jogos no seu canal do Youtube. O fato de a MP ter validade por apenas quatro meses é visto como a principal insegurança. Além disso, o valor recebido das emissoras, atualmente, é tratado como impossível de cobrir nesse formato.

"Entendemos que é o momento para uma discussão ampla sobre a legislação que rege o mercado de direitos de transmissão no país, visando proporcionar a abertura de mercado, maior atratividade para potenciais investidores e consequente valorização do produto, com ganhos para o futebol brasileiro", disse o Palmeiras em nota oficial divulgada no seu site.

Com a definição da retomada do Brasileiro para o segundo fim de semana de agosto, as tratativas devem perder um pouco de força. A única possibilidade de uma mudança nos próximos meses seria a rescisão total da Turner com os clubes, que provocaria uma revolução no cenário atual, deixando mais de um terço do Brasileiro fora da TV fechada.

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