Futebol | Globo Esporte | 17/12/2018 08h29

Após seis meses sem jogar, Keirrison busca novo time para 2019

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Aos 30 anos, o atacante Keirrison busca de um novo clube para a temporada 2019. O jogador está sem time desde a saída do Londrina, em junho deste ano. Nos últimos seis meses, ele procurou aprimorar a parte física, aproveitou um pouco o tempo com a família, e agora se considera pronto para voltar aos gramados.

Em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com, o atacante garantiu que deixou para trás os problemas físicos, que tanto o atrapalharam nos últimos anos, e traçou um objetivo simples: ter uma sequência em campo.

– Aproveitei esse período com a família, já que o futebol não dá esse tempo para conseguir isso. Ao mesmo tempo, a gente sempre treina e se prepara. Tenho uma equipe em Curitiba que já trabalha comigo. Eu estou muito bem, é importante quando se tem esse tempo para se preparar. Eu me sinto cada vez melhor. A gente acaba se conhecendo cada vez melhor. O corpo tem dado resposta – disse Keirrison.

Após ser artilheiro do Brasileiro e apontado como uma das promessas do futebol brasileiro, Keirrison chegou a assinar um contrato no Barcelona. Ao longo da carreira, ele passou por clubes na Europa e no Brasil, mas enfrentou seguidas lesões, a desconfiança dos clubes e a dificuldade em fazer vários jogos seguidos.

– É o meu histórico, infelizmente aconteceu. Estamos propícios, não tem como evitar. Minhas lesões foram na maioria por contato, o corpo não aguenta. Busquei agora achar um equilíbrio para isso. A minha mente queria fazer algo e o corpo não respondia. Eu me sinto muito bem, achamos uma forma de trabalho. Agora é buscar o que faltou, uma sequência – comentou.
Keirrison disputou apenas 13 partidas entre 2017 e 2018. No ano passado, foram dois jogos pelo Arouca, de Portugal, e mais cinco pelo Coritiba, um deles como titular. Na atual temporada, foram mais seis partidas pelo Londrina, sendo duas como titular. Neste período, o atacante marcou apenas um gol, pelo Tubarão, no Paranaense.

– Eu tive muito pouco tempo de jogo. Dificilmente algum atleta consegue um ritmo sem jogo só entrando alguns minutos. O treino alcança até um estágio, mas é o jogo que vai trazer essa questão do ritmo. É preciso ter mais oportunidades. O que eu busco é poder ter mais tempo de jogo, principalmente ter mais tempo em campo – destacou.

A exceção foi no próprio Londrina, em 2016, quando Keirrison disputou 31 jogos, sendo 24 como titular, e marcou oito gols. Foi o maior número de partidas do atacante desde 2009, quando jogou no Palmeiras.

– O (técnico Claudio) Tencati teve essa sensibilidade com a comissão técnica. A gente conversava para equilibrar, ficava fora de uma partida após uma sequência para poder recuperar fisicamente. Eu tenho que ter sequência, é preciso de um planejamento do clube. Conseguimos isso com o Tencati em 2016 – lembrou.

Dagoberto como exemplo
Um exemplo para Keirrison está no atacante Dagoberto, que aos 35 anos conseguiu superar a desconfiança pelas atuações nos últimos anos e terminar como artilheiro da Série B do Brasileiro, com 17 gols marcados em 19 partidas disputadas. Os dois estiveram juntos no início da competição no Londrina, mas não conseguiram formar a dupla em campo.

Questionado sobre o assunto, K9 vê no exemplo de Dagoberto a possibilidade de voltar a render em alto nível, deixando para trás os problemas na parte física.

- Fizemos um trabalho juntos quando ele (Dagoberto) sofreu a lesão (na primeira rodada da Série B). Ele conseguiu alcançar isso, fico feliz demais por ele, principalmente pela dificuldade que enfrentou na parte física. Ele é um exemplo não só de hoje e não só para mim. O futebol exige um recomeço todo tempo, como em todas as áreas. É acreditar no seu potencial, se preparar, buscar um equilíbrio e fazer o melhor – disse.

Para esse recomeço, Keirrison busca também se reinventar em campo. Apesar de vir jogando mais centralizado, o atacante não faz a função fixa dentro da área e busca sair sempre que possível para buscar a bola. Com o objetivo de continuar jogando perto do gol, ele não descarta se adaptar a outras formas de jogo no setor ofensivo.

– Desde quando eu apareci no Coritiba, essa mudança foi acontecendo. Eu era um segundo atacante, depois fui jogando mais centralizado, passei a ficar mais como referência. Como taticamente as equipes estão muito fortes, precisa ter uma movimentação, sair da área. Eu assisto aos jogos, procuro ver o que posso fazer de diferente, vou aprimorando. A cada técnico que eu passo, eu aprendo um pouco a cada vez mais. Facilita para poder jogar – analisou.

Carreira com altos e baixos, lesões e drama
Revelado pelo Coritiba em 2006, Keirrison foi artilheiro do país em 2008 com a camisa do Alviverde e, no ano seguinte, teve uma passagem arrasadora pelo Palmeiras. O desempenho levou o promissor atacante para o Barcelona. Porém, ele não jogou no time espanhol, foi para o Benfica e depois para a Fiorentina, voltou ao Brasil e atuou no Santos e no Cruzeiro, todas passagens sem grande destaque.

Voltou ao Coritiba em 2013 em busca de suas raízes e de recuperação física, mas ficou longe dos melhores momentos do começo da carreira. Em 2015, participou de apenas cinco jogos, sendo dois como titular, e saiu do Alviverde após acionar o clube na Justiça.

Entre as passagens, conviveu com lesões sérias, impedindo com que o jogador despontasse no futebol. Além do futebol, Keirrison viveu um drama pessoal com a morte do filho de dois anos, Henri Lucca, em 2015, após complicações de uma virose.

Em 2016, buscou o recomeço no Londrina, onde ficou uma temporada. Em 2017, ele atuou pelo Arouca, de Portugal, e teve mais uma passagem pelo Coritiba. Na negociação, retirou a ação trabalhista que movia contra o Coxa, com valor de R$ 3,6 milhões referentes a salários atrasados entre 2012-2015.

Na atual temporada, Keirrison foi apresentado pelo Londrina no início de 2018, fez três jogos no Campeonato Paranaense e outros três pela Série B do Brasileiro. Ele foi emprestado pelo Coritiba com contrato até junho (quando terminava o vínculo com o Alviverde), com previsão de prorrogação até o fim de 2019, o que acabou não sendo concretizado.

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