Esportes Radicais | Da Redação/Com Everson Tavares | 23/12/2011 11h41

Patinação de Manobras conquista jovens de Campo Grande

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Os patinadores voam baixo nas manobras feitas na Parque das Nações, no último domingo (18) Os patinadores voam baixo nas manobras feitas na Parque das Nações, no último domingo (18) (Foto: Everson Tavares)

Campo Grande (MS) - Cerca de 30 patinadores, que preferem o termo inglês rollers, ocuparam a pista de skate do Parque das Nações Indígenas no último domingo (18) para praticar o esporte radical que aos poucos vem crescendo em Campo Grande.


Os atletas eram do grupo Roller’s MS – criado de forma espontânea como uma espécie de associação esportiva. Eles praticam a modalidade roller agressive, que é a forma mais radical do esporte e inclui muita agilidade, velocidade e manobras arriscadas. O grupo tem cerca de 80 membros, e se relaciona por uma página na rede social facebook.

Apesar de tantos adeptos, quem quiser praticar a modalidade em Campo Grande vai enfrentar desafios maiores do que o medo de cair. As principais pistas são a do Parque do Sóter, do Parque das Nações Indígenas e da Orla Morena – mas nenhuma está em condições ideais.

O publicitário Júlio Tomassini faz parte do grupo e explica que as pistas são construídas mas não tem manutenção.”A pista mais nova é da Orla, mas tem equipamento que já está quebrado. Semana passada quebrou um corrimão.  O tempo da pista é medido por uso, quanto mais usuários, mais rápido estraga. A Orla sofre esse problema, porque é uma pista muito boa e todo mundo quer andar”, explica Júlio.

Drogas e Preconceito

Esportes radicais como skate e patins podem ser vistos com olhares ruins por quem não conhece a modalidade. Apesar de estarem relacionados com a rebeldia e a adrenalina, os atletas dessa categoria asseguram que não gostam de drogas.

“Como todo o esporte a gente se preocupa com a saúde. Em questão de drogas, quem fuma não faz o esporte. Ninguém bebe enquanto anda de patins. Quem pratica tem diminuído até o uso de cigarro porque sabe que prejudica na hora de andar”, comenta Júlio.

A roller Paola Bastos é mais pontual, segundo ela “a sociedade ainda está vetada, usa um cabresto, só acredita naquilo que é conveniente. Hoje em dia o que conta muito é a aparência”, declara uma das poucas mulheres que estava na pista do Parque das Nações no último domingo.

Lugar de mulher

Apesar dos homens serem a maioria. o esporte radical também conquistou adeptas – que muitas vezes tem que enfrentar o preconceito para seguir na modalidade repleta de manobras arriscadas onde quedar são inevitáveis.
Paola Bastos, 22 anos, trocou o esporte de lazer pelo patins de manobra há oito meses. “Não fazia menor idéia de como era”, conta a esportista que investe 40% do salário em material. No começo, ela andava sozinha, até que encontrou o Roller’s MS em uma rede social na internet.

Dentro do esporte, ela enfrenta dificuldades para competir. “Eu já fui em três campeonatos, mas não tem meninas para competir na minha categoria e eu teria que competir com meninas profissionais. É injusto porque não tem divisão de categorias como no masculino”, explica Paola.

Mas a família é o maior desafio de Paola. “Como o pessoal vê as pessoas fazendo manobras radicais pensa que é esporte de homem. Eu enfrento muito preconceito da minha família, mas é uma coisa que ta em mim, não tem nada que me faça desistir e andar”, desabafa.

Adepta do esporte, ela declara que senti diferenças no modo de viver, mas o principal foi os amigos que conseguiu. “Meu estilo de vida melhorou muito, emagreci e tenho mais fôlego. E consegui amigos de verdade, e não os encontraria em outro lugar”, conclui.

Campeonatos Locais


O primeiro campeonato de patins inline (outro termo para a modalidade) de Campo Grande está sendo organizado pelos membros da Roller’s MS. Por enquanto, apenas o mês foi definido, será em fevereiro.

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