Entrevistas | Gabriel Sato | 25/08/2020 07h28

Edineia Camargo é a entrevistada da nova edição do Esporte Ágil TV

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As artes marciais sempre foram um dos pontos fortes de Mato Grosso do Sul nas competições esportivas. Com lutadores de respeito, os sul-mato-grossenses buscam fazer seu nome no mundo da luta, e levam consigo o Estado que pertencem. Uma dessas atletas que se destacam no esporte é a lutadora de kung fu, Edineia Camargo. Ela foi medalha de bronze no último Mundial da modalidade, que aconteceu em outubro do ano passado, na China, e ao lado de uma paranaense, foram as únicas brasileiras a trazerem medalha para casa.

Edineia Camargo possui em seu currículo nove títulos brasileiros, é pentacampeã sul-americana, tricampeã pan-americana, tem uma prata na Copa do Mundo, e agora, tem duas medalhas em Mundiais, uma em 2017 e a outra em 2019. Neste ano, a atleta completa 14 anos de Seleção Brasileira, e segundo ela, o trabalho é árduo para se manter representando o país. "Entrei quando eu tinha 17 anos e não sai mais. Para conseguir entrar na seleção você precisa participar dos Campeonatos Brasileiros e pegar pódio. Quando você consegue isso, é convocado para treinamentos e analisado para ver se é selecionado".

A lutadora entrou no kung fu com sete anos idade e desde sua infância, contava à amigos e familiares que queria ser lutadora quando crescesse. "Entrei no kung fu porque sempre quis ser lutadora, desde criança eu falava isso, e eu morava numa fazenda, então quando me mudei para Campo Grande, minha família me levou em várias academias para conhecer os esportes e acabei me apaixonando pelo kung fu".

O sonho de infância se tornou realidade, e aos 17 anos, Edineia entrou para a seleção. Mas não apenas de combate vive a lutadora, a sul-mato-grossense é formada em Educação Física e trabalha como personal. A atleta ainda revela que os treinos se intensificam perto das competições, e ela chega a treinar quatro horas por dia quando está próximo de algum campeonato.

Foco aumenta perto de competições, e a lutadora, chega a treinar quatro horas por dia (Foto: Reprodução)

Segundo Edineia Camargo, existem vários estilos de kung fu, mas quando se fala em alto rendimento são divididos em dois: taolu e sanda. Até o próprio nome da arte marcial todos chamam de kung fu, mas o nome correto é wushu.

Conheça a diferença entre Taolu e Sanda

Taolu
Envolve arte marcial, padrões e manobras, para que os concorrentes sejam julgados e dado pontos de acordo com regras específicas. As formas incluem os movimentos básicos (posturas, chutes, socos, saldos, salta, varreduras e atira) com base em categorias agregadas de estilos de arte marcial tradicional chinesa e pode ser alterado para competições para destacar suas forças.

Sanda
É um método de combate moderno e esportivo influenciado pelo tradicional boxe chinês, métodos de luta chamados Shuai Jiao e outras técnicas chinesas de luta, como Chin Na. Tem todos os aspectos de combate de wushu.

A atleta começou no taolu, mas depois passou a praticar os dois estilos, e com 16 anos, foi campeã brasileira e convocada para a seleção. Ao chegar para representar o país, teve que escolher só um, e ficou com o sanda.

De acordo com Edineia Camargo, há um aumento no número de mulheres praticantes de artes marciais, e isso é muito positivo. "Quando eu comecei, não existiam muitas mulheres no mundo da luta, e hoje, vejo um crescimento não só no kung fu, mas nos esportes de lutas em geral." Para ela, a maior participação feminina neste mundo serve para desconstruir a imagem que se tinha desses esportes, sendo considerado do mundo masculino.

Edineia Camargo ao lado do repórter Gabrie Sato (Foto: Óscar Daniel)

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