Editorial | Da redação | 11/05/2008 13h41

Maio: Passaporte Carimbado

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O jornal impresso do mês de maio comemora os quatro anos de existência do site Esporte Ágil, que nasceu no dia primeiro de maio de 2004. Durante nossa trajetória, acompanhamos muitos campeonatos, torneios e eventos do desporto amador campo-grandense, assim como títulos, vitórias e também derrotas dos atletas sul-mato-grossenses no País e no mundo. O foco, desde seu início, sempre foi apenas um: o apoio ao esporte sul-mato-grossense. Por aqui passaram muitas pessoas, sejam elas atletas, pais, dirigentes ou simplesmente admiradores do esporte local - a maioria sem nenhum espaço na mídia estadual, mas que acharam no Esporte Ágil um veículo de comunicação onde são ouvidos e onde possuem voz.

 Contamos as histórias de atletas e treinadores que acreditam no esporte, que investem seu tempo e trabalho, para alcançarem os melhores resultados e conquistarem os títulos. Acompanhamos também aqueles que perderam, os anônimos segundos colocados, ou mesmo aqueles que chegaram por último, mas que continuaram, pois acreditam no esporte e em seus benefícios individuais e para toda a sociedade.

 Uma destas histórias é a do cavaleiro sul-mato-grossense Rogério Clementino, que nasceu em uma fazenda em Tacuru, ficou órfão de pai ainda criança e sonhava ser peão de rodeio. Cresceu sobre cavalos e experimentou o ofício de peão, mas sua vida deu uma guinada quando foi contratado pela Coudelaria Ilha Verde, de Araçoiaba da Serra-SP, para tratar de cavalos premiados. Aos poucos, seu talento e intimidade com o animal foi percebido pelos donos da coudelaria, que passaram a ensinar e pagar cursos de equitação e adestramento para Roger, como ele gosta de ser chamado. Em menos de 5 anos no adestramento, ele já conquistou os títulos brasileiro, a medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos Rio 2007 e, agora no mês de abril, alcançou o índice olímpico para os Jogos de Pequim, em agosto de 2008. Assim, ele se tornará o primeiro cavaleiro negro a representar o Brasil em uma Olimpíada, entrando certamente para a história da modalidade no País. Humilde, ele não esquece suas origens e, sempre que pode, volta para rever os amigos que deixou no solo de MS. Suas metas, porém, voam alto - ou cavalgam rapidamente - e ele já sonha em ir para a Europa para se aperfeiçoar ainda mais em seu esporte e profissão.

 Mas o esporte é feito de vitórias e derrotas, e o campo-grande Gleison Mamute teve que aceitar essa velha máxima. Na semi-final do Pré-Olímpico de Boxe na Guatemala, após vencer suas duas primeiras lutas, Mamute acabou derrotado pelo colombiano Oscar Rivas, pelo placar de 6 a 5. A vitória colocaria o sul-mato-grossense nos Jogos de Pequim. Ele terminou a competição com o bronze, mas um grande prestígio para com os especialistas de boxe brasileiros. Com apenas 18 lutas no boxe, Mamute chegou muito próximo da vaga olímpica. Para se ter um parâmetro de comparação, o meio-médio Myke Carvalho, classificado, já fez quase 200 lutas na carreira. Assim, Mamute aparece como o novo atleta revelação na categoria super-pesado e já possui convites para treinar com os principais treinadores do País, na cidade de São Caetano-SP. A vaga não veio em 2008, e Gleison até chorou por não poder ter cumprido a promessa feita à esposa, de que iria às Olimpíadas, mas certamente outras oportunidades virão e muitos outros obstáculos ainda serão "nocauteados" por nosso campeão, até que ele possa cumprir sua promessa.

 O Esporte Ágil acompanha também a evolução do nadador sul-mato-grossense Lucas Kanieski, que conquistou em maio, a medalha de prata na prova dos 1500 metros livre no Troféu Maria Lenk, a principal competição brasileira. Ele perdeu apenas para um atleta argentino, e já desponta como um dos principais nomes brasileiros nesta prova. Outra atleta em ascensão é a aquidauanense Talita, que venceu duas vezes seguidas a dupla de Juliana/Larissa, campeãs mundiais e detentoras de diversos recordes no vôlei de praia. As vitórias deram à Renata/Talita o título da etapa chinesa no Circuito Mundial e pontos valiosos na luta pela vaga olímpica. Se a disputa terminasse hoje, Juliana/Larissa e Renata/Talita seriam as representantes brasileiras na China.

 E pra não dizer que não falei dos "espinhos", consideramos vergonhosa a atitude do Cene, que já não sabe em quem colocar a culpa sobre a fraude no borderô do jogo entre Cene x Palmeiras, em fevereiro, pela Copa do Brasil. Na época do escândalo, o presidente do clube afirmou que os responsáveis eram a Du Promoções, empresa contratada para a organização da partida, e a Federação de Futebol de MS, que teria indicado Eduardo Maluf, proprietário da Du Promoções, para organizar e promover a partida para o Cene. Até então, tudo certo para o Cene, que esquivava-se das acusações, e chegou a retificar o borderô, corrigindo os valores superfaturados. Porém, no mês de abril, o Cene anuncia o amistoso contra o Corinthians e, para surpresa de todos, a empresa contratada pela equipe é justamente a Du Promoções. Depois de acusar a Du Promoções pelas irregularidades, o Cene contrata novamente a empresa, demonstrando que não ficou nem um pouco chateado com o promotor de eventos. Uns se escondem, outros se omitem, e outros ainda se calam sobre essas situações, no mínimo, vergonhosas para o futebol e a imagem de Mato Grosso do Sul.

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