Editorial | Da redação | 17/02/2008 19h14

Fevereiro: Quem são os ídolos?

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A anunciada - e emocionante - aposentadoria do tenista Gustavo Kuerten fez muitos se perguntarem sobre quem vai ganhar o carinho do povo brasileiro nos domingos de finais felizes - e alguns tristes, assim como o próprio Guga, que sucedeu Ayrton Senna quando ganhou seu primeiro Roland Garros em 1996. Existem muitos candidatos, como a ginasta Jade Barbosa, o judoca Thiago Camilo e o nadador Thiago Pereira, que com certeza trarão muitas alegrias ao povo brasileiro. Mas para ser ídolo não basta apenas ser campeão. Tem que ser exemplo, principalmente de conduta, e ter a noção de que quase tudo que faz é visto e imitado por jovens de todo o País. Se os três citados acima ou algum outro fenômeno que apareça vão alcançar esse status, só o tempo vai dizer. O reflexo deles só será sentido em média 10 anos depois, quando as crianças que os viram começarem a se profissionalizar.

No Mato Grosso do Sul há muitos anos não existe esse tipo de ídolo, e quem poderia ser teve que ir para fora do Estado ou do País para conseguir viver de seu esporte, o que é quase impossível no MS. Seguiram esse caminho no passado Janjão e Ruth no basquete e Müller no futebol. Atualmente, alguns desses "desconhecidos" inclusive podem ser vistos nas seções Bate-Bola e Personalidade do site Esporte Ágil. É o caso da aquidauanense Talita, jogadora de vôlei de praia que recentemente foi coroada a Rainha da Praia e que é pouco conhecida por aqui. Ou ainda dos jogadores de futebol Keirrison, Danilinho e Lucas, que tiveram que mudar de suas casas para tentarem se tornar ídolos - no Coritiba, no Atlético Mineiro e no Liverpool, da Inglaterra, respectivamente.

E é exatamente no futebol que joga um dos maiores ícones do esporte nacional, no quesito superação, dos últimos anos: o atacante Ronaldo. Depois de ter uma convulsão antes da final da Copa de 1998 e um decorrente fiasco na decisão, o brasileiro teve duas sérias lesões no joelho - uma que demorou inclusive intermináveis 11 meses de recuperação - que quase o tiraram da Copa de 2002. Ninguém acreditava. Pois o fenômeno mostrou que a maioria estava errada, deu a volta por cima, jogou muito, e trouxe o título do mundial para o Brasil. Agora, 6 anos depois da conquista, Ronaldo tem um novo e doloroso desafio: superar uma outra lesão no joelho esquerdo, que pode deixá-lo fora dos gramados por 9 meses. Continua ídolo, mas não por seu futebol dentro das quatro linhas, e sim por todos os obstáculos que já ultrapassou.

É claro que também existem aqueles ídolos que não chegam à notoriedade: mestres, senseis, treinadores e professores - e estes talvez os mais importantes. O que incomoda nisso é que os que ensinam os princípios do esporte não têm o devido reconhecimento do público em geral, apesar da proporção de crianças que aprenderam algum valor com eles ser muito grande. Um desses exemplos aqui no Mato Grosso do Sul é o professor Hugo Roberto Gonçalves da Costa, que dá aulas de basquete em Ponta Porã numa quadra da terra batida feita por ele próprio.

Essa aparente ausência de grandes ídolos no esporte local pode mudar nos próximos anos, pelo menos no atletismo, com a inauguração do Centro Social Urbano da Vila Nasser, que será um Centro Olímpico de referência, seguindo as normas do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). A intenção é formar um grande centro de na região e atletas de alto nível, ou seja, exemplos para serem seguidos.

Quem sabe daqui há alguns anos, um atleta do projeto de basquete ou de atletismo faça como Guga fez com Larri Passos, seu técnico desde 1994: "aproveito isso para agradecer à minha família, pessoas que foram importantes, minha namorada me apoiou bastante, e também o cara que, para mim, é muito mais gênio do que eu, o Larri, que foi um grande homem na minha vida", disse emocionado em sua despedida do Brasil Open.

Ser ídolo é isso. É não esquecer das pessoas que te ajudaram. É ser exemplo para as pessoas. Você pode inclusive ser um. Não precisa necessariamente praticar um esporte, pode simplesmente apoiá-lo, seja da maneira que for.
A anunciada - e emocionante - aposentadoria do tenista Gustavo Kuerten fez muitos se perguntarem sobre quem vai ganhar o carinho do povo brasileiro nos domingos de finais felizes - e alguns tristes, assim como o próprio Guga, que sucedeu Ayrton Senna quando ganhou seu primeiro Roland Garros em 1996. Existem muitos candidatos, como a ginasta Jade Barbosa, o judoca Thiago Camilo e o nadador Thiago Pereira, que com certeza trarão muitas alegrias ao povo brasileiro. Mas para ser ídolo não basta apenas ser campeão. Tem que ser exemplo, principalmente de conduta, e ter a noção de que quase tudo que faz é visto e imitado por jovens de todo o País. Se os três citados acima ou algum outro fenômeno que apareça vão alcançar esse status, só o tempo vai dizer. O reflexo deles só será sentido em média 10 anos depois, quando as crianças que os viram começarem a se profissionalizar.

No Mato Grosso do Sul há muitos anos não existe esse tipo de ídolo, e quem poderia ser teve que ir para fora do Estado ou do País para conseguir viver de seu esporte, o que é quase impossível no MS. Seguiram esse caminho no passado Janjão e Ruth no basquete e Müller no futebol. Atualmente, alguns desses "desconhecidos" inclusive podem ser vistos nas seções Bate-Bola e Personalidade do site Esporte Ágil. É o caso da aquidauanense Talita, jogadora de vôlei de praia que recentemente foi coroada a Rainha da Praia e que é pouco conhecida por aqui. Ou ainda dos jogadores de futebol Keirrison, Danilinho e Lucas, que tiveram que mudar de suas casas para tentarem se tornar ídolos - no Coritiba, no Atlético Mineiro e no Liverpool, da Inglaterra, respectivamente.

E é exatamente no futebol que joga um dos maiores ícones do esporte nacional, no quesito superação, dos últimos anos: o atacante Ronaldo. Depois de ter uma convulsão antes da final da Copa de 1998 e um decorrente fiasco na decisão, o brasileiro teve duas sérias lesões no joelho - uma que demorou inclusive intermináveis 11 meses de recuperação - que quase o tiraram da Copa de 2002. Ninguém acreditava. Pois o fenômeno mostrou que a maioria estava errada, deu a volta por cima, jogou muito, e trouxe o título do mundial para o Brasil. Agora, 6 anos depois da conquista, Ronaldo tem um novo e doloroso desafio: superar uma outra lesão no joelho esquerdo, que pode deixá-lo fora dos gramados por 9 meses. Continua ídolo, mas não por seu futebol dentro das quatro linhas, e sim por todos os obstáculos que já ultrapassou.

É claro que também existem aqueles ídolos que não chegam à notoriedade: mestres, senseis, treinadores e professores - e estes talvez os mais importantes. O que incomoda nisso é que os que ensinam os princípios do esporte não têm o devido reconhecimento do público em geral, apesar da proporção de crianças que aprenderam algum valor com eles ser muito grande. Um desses exemplos aqui no Mato Grosso do Sul é o professor Hugo Roberto Gonçalves da Costa, que dá aulas de basquete em Ponta Porã numa quadra da terra batida feita por ele próprio.

Essa aparente ausência de grandes ídolos no esporte local pode mudar nos próximos anos, pelo menos no atletismo, com a inauguração do Centro Social Urbano da Vila Nasser, que será um Centro Olímpico de referência, seguindo as normas do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). A intenção é formar um grande centro de na região e atletas de alto nível, ou seja, exemplos para serem seguidos.

Quem sabe daqui há alguns anos, um atleta do projeto de basquete ou de atletismo faça como Guga fez com Larri Passos, seu técnico desde 1994: "aproveito isso para agradecer à minha família, pessoas que foram importantes, minha namorada me apoiou bastante, e também o cara que, para mim, é muito mais gênio do que eu, o Larri, que foi um grande homem na minha vida", disse emocionado em sua despedida do Brasil Open.

Ser ídolo é isso. É não esquecer das pessoas que te ajudaram. É ser exemplo para as pessoas. Você pode inclusive ser um. Não precisa necessariamente praticar um esporte, pode simplesmente apoiá-lo, seja da maneira que for.

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