Editorial | Da redação | 06/08/2010 12h22

Agosto: LDO está no papel, mas será que podemos comemorar?

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Editorial

Finalmente, ao que parece, as autoridades olharam para o esporte sul-mato-grossense. Uma emenda aprovada na Lei de Diretrizes Orçamentárias do município para 2011, no mês de julho deste ano, colocou o esporte como uma das prioridades de investimento da Capital para o próximo ano. Dirigentes, técnicos e atletas da Capital já podem comemorar. Mas será que podem mesmo?

Podemos tomar como exemplo o FIE (Fundo de Investimentos Esportivos) e o FAE (Fundo de Apoio ao Esporte). Para muitos atletas que não possuem patrocínio, eles são a única esperança de apoio para continuarem competindo. Porém, nunca foram unanimidade. Ouvimos mais reclamações sobre seus critérios de distribuição do que elogios. Alguns dizem até, que só recebe o benefício quem tem "padrinho" dentro da entidade que o distribui, ou trabalha lá. Porém, quem somos nós para apontar o dedo, não é mesmo?

Outra coisa que tem amarrado as mãos dos esportistas locais é a visão de que esporte é somente lazer, e não uma ferramenta que afasta crianças das ruas e do crime, e ainda contribui para a saúde e bem-estar da pessoa, além de ajudar na socialização das crianças. Será que vale a pena investir alto em um final de semana de brincadeiras para as crianças, que no dia seguinte estarão novamente nas ruas? Ou é melhor "preparar o terreno" para que ela tome gosto pelo esporte e possa (por que não?) se tornar um ídolo local, inspirando milhares de possíveis atletas em sua comunidade?

De fato, essa emenda na LDO é um grande passo (que precisávamos há tempos, diga-se de passagem) para sonharmos em ter atletas nos representando na Olimpíada de 2016. Porém, é apenas um começo. É necessário uma política séria, que olhe com outros olhos para o esporte de rendimento, não deixando de valorizar a base. Esse passo dado agora pode, e deve, se transformar em um salto até 2016. Só assim, grandes atletas que temos agora, como Yeltsin Jacques e Evelyn Tomi, poderão tentar colocar a bandeira de Mato Grosso do Sul em um pódio olímpico. Afinal de contas, sonhar não custa nada, certo?

Essa lei é um benefício não somente para os atletas, mas para a cidade. Logicamente, investimentos em infraestrutura deverão ser feitos para dar condições para os atletas treinarem. Isso é um ganho para todo o município. Atletas devem, e têm o direito, de cobrar apoio e investimento. Ouvir um "estamos sem verba", coisa que acontece bastante hoje, será quase uma ofensa.

Base: Agora é a hora

O Esporte Ágil sempre vai bater nesta tecla. Com essa emenda na LDO, as escolas municipais devem olhar com outros olhos para o desporto e para a educação física, como já acontece em alguns colégios de Campo Grande.

Investir na base e não se esquecer do esporte de rendimento é a  melhor saída para, finalmente, Mato Grosso do Sul deixar de "exportar" seus talentos para outros estados.

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