Diversos | Máquina do Esporte | 08/06/2020 10h49

Atletas e ligas do mundo inteiro aderem a protestos antirracismo

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O crescimento dos protestos antirracismo no mundo levou a um movimento inédito de posicionamento do esporte. Desde a última semana, as principais instituições esportivas liberaram atletas e clubes para expressarem livremente suas posições contra o racismo, algo jamais visto na história.

A primeira a "puxar a fila" foi a Fifa. A entidade pediu "bom senso" às confederações filiadas a ela permitindo que atletas manifestassem livremente suas ideias.

"A Fifa entende completamente a profundidade do sentimento e das preocupações expressas por muitos jogadores de futebol à luz das circunstâncias trágicas do caso George Floyd. A aplicação das leis do jogo é deixada para os organizadores das competições, que devem usar o bom senso e levar em consideração o contexto em torno dos eventos", declarou a entidade, em comunicado à imprensa.

O comunicado veio após atletas terem feito tímidas homenagens a Floyd na rodada do último final de semana de maio da Bundesliga. Neste último final de semana, porém, com a liberação da Fifa e da liga alemã, as imagens de apoio ao movimento antirracismo ganharam mais força, com a participação de times e até da arbitragem.

Nos Estados Unidos, o movimento mais forte partiu da NFL. O comissário George Goodell postou um vídeo na conta da liga de futebol americano em que afirmou que a NFL esteve errada ao "não ouvir os nossos atletas sobre racismo".

"Nós, da NFL, condenamos o racismo e a opressão sistemática de negros. Nós, da NFL, admitimos que erramos ao não ouvir antes os nossos atletas e encorajamos a todos a se posicionar e protestar pacificamente. Nós, da NFL, acreditamos que vidas negras importam. Eu, particularmente, protesto com você e quero fazer parte desse tão necessário movimento de mudança no nosso país. Vou entrar em contato com os atletas que têm protestado e com outros para entender como nós podemos mudar e melhorar para auxiliar a família da NFL", disse Goodell em vídeo.

A declaração pública de desculpas tenta apagar uma mancha recente da liga, que em 2016 reprimiu os protestos iniciados por Colin Kaepernick, então jogador do San Francisco 49ers. O atleta ajoelhou-se durante a execução do hino nacional americano, em alusão à manobra que é feita por policiais para sufocar pessoas durante a prisão. Após os gestos, Kaepernick não teve contrato renovado e foi recusado por outros times da NFL, encerrando precocemente a sua carreira.

A Nascar também anunciou que permitirá protestos antes das corridas. O gesto veio após o piloto Bubba Wallace dizer que o silêncio da categoria é "frustrante".

O combate ao racismo também já começa a afetar contratos publicitários. O Carolina Panthers, da NFL, e o Charlotte Hornets, da NBA, anunciaram a quebra do acordo de patrocínio que tinham com a CPI Security, depois que o CEO da empresa respondeu de forma agressiva a um e-mail recebido por um líder comunitário de Charlotte pedindo às empresas da região auxílio no combate ao racismo.

Nos EUA, diversos atletas, de várias modalidades, saíram às ruas no final de semana. Até Michael Jordan, que sempre foi acusado de não se posicionar em causas sociais, anunciou a doação de US$ 100 milhões para o combate ao racismo. No Brasil, o volante Tchê Tchê, do São Paulo, foi às ruas em manifestação antirracismo neste último domingo (7), em ato de engajamento raramente visto dentro do país.

Tchê Tchê participa de manifestação contra o racismo (Foto: Reprodução/Instagram)

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