Ciclismo | Rosália Silva | 14/03/2005 20h03

Continua o racha estadual e atletas ficam no meio do tiroteio

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Ciclismo

A temporada de ciclismo promete ser quente este ano em Mato Grosso do Sul. E o principal motivo foi o racha na FMSC (Federação de MS de Ciclismo). Composta por sete clubes associados, a Federação está sendo pressionada por três delas, que passaram este ano a fazer torneios independentes.

Para boicotar a direção da Federação, a Associação JT Bike, Associação Ótica Mar Del Plata de Ciclismo e ACC (Associação Campo-Grandense de Ciclismo) realizaram o GP de Ciclismo no mesmo dia da prova de ciclismo nos Jogos de Verão da Sejel. O fato voltará a se repetir neste domingo com a prova marcada para acontecer em Sidrolândia, realizada pelo vereador Nelson Feitosa, juntamente com a Associação Sidrolandense de Ciclismo e FMSC. No mesmo dia a ACC fará a abertura da Copa Kombate. Já no dia 10, data da segunda etapa da Kombate, acontecerá paralelamente o início do Campeonato Metropolitano, promovido pela Federação.

Para o presidente da FMSC, Edson de Araújo, como as associações não enviaram projeto informando a realização dos torneios, são vistas como provas clandestinas. Araújo reconhece que esta divergência vem prejudicando a modalidade no Estado, afirmando que são as três associações que estão agindo de forma não democrática, "eles não reconhecem que perderam (a eleição)".

Enquanto as associações e direção da Federação não entram em acordo, os ciclistas ficam em meio ao tiroteio. De acordo com Fabiano Piratelli (Gilmar Bicicletas), de 32 anos, da categoria máster A, ele terá de optar por competir as provas com aval da Federação, já que contarão pontos para o ranking, "meu objetivo é somar pontos para representar o Estado fora".

No ano passado, ele ficou em vice na Copa Kombate, mas em 2005, com tudo o que vem acontecendo, não participará. Ele também contesta a taxa de inscrição de R$ 20, "acho injusto, os ciclistas não têm nada a ver com a briga de presidente de clube com a Federação". Segundo Piratelli, enquanto os associados à ACC pagam R$ 5, os não filiados pagam R$ 20, que somados chegarão a R$ 200 no final das dez etapas e somando a taxa de outros atletas não valerá o prêmio final. Ele se recente dizendo que desta forma "não vou me divertir junto com eles".

Um dos dirigentes da ACC, Carlos Gimenes, a cobrança a mais dos não-filiados faz sentido já que a prova é da Associação Campo-grandense e os filiados a ela já pagam a anuidade. Gimenes também explica que não tinha conhecimento da prova em Sidrolândia no próximo domingo, afirmando não ter sido de caso pensado a realização da Copa Kombate no mesmo dia.

Repreensão
José Jorge Ferlini, de 51 anos, é associado à ACC e participou  dos Jogos de Verão/ciclismo, supervisionados pela FMSC. "Não renovei a filiação este ano, mas chegou uma advertência para mim". No documento enviado a Ferlini, baseado no artigo 17 do Estatuto da ACC, caso não apresente defesa o atleta pode até ser expulso da Associação. Gimenes, da ACC, explica que ao se filiar a uma entidade os ciclistas aceitam as normas e recebem o estatuto. E como Ferlini não solicitou autorização recebeu a advertência. "Independente de estar inadimplente, ele faz parte do clube", afirmou Gimenes.

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