Bate-Bola | Da redação | 05/09/2017 16h50

Edinéia Camargo

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Atleta é heptacampeã brasileira, tetracampeã Sul-Americana, tricampeã Pan-americana de kung fu.

Heptacampeã brasileira, tetracampeã Sul-Americana, tricampeã Pan-americana e integrante da Seleção Brasileira de Kung Fu há 10 anos. No final de agosto, ainda ficou em quinto lugar na Universíade de Verão 2017, realizada na cidade de Taipei, em Taiwan.

Formada em Educação Física, Edinéia Camargo, 28 anos, é uma das principais atletas do Kung Fu em atividade no país. Em 2016, a Confederação Brasileira a reconheceu como a melhor atleta da categoria Sanda do ano. Em julho, foi medalha de ouro no VII Campeonato Sul Americano, realizado em Montevidéu, no Uruguai.

O próximo desafio depois da Universíade de Verão em Taiwan será o Campeonato Mundial de Kung Fu no dia 24 de setembro em Kazan, na Rússia. Essa será sua quarta participação em um Mundial.

O currículo é extenso. Porém, assim como praticantes de outras modalidades em Mato Grosso do Sul, a campo-grandense ainda sofre com a falta de apoio. Em entrevista ao Esporte Ágil, Edinéia fala sobre sua carreira, conquistas e a falta de apoio para a modalidade.

Esporte Ágil - Como começou seu interesse pelo kung fu?
Edinéia Camargo - Eu sempre gostei de lutas e queria muito praticar, mas não sabia qual. Minha família me levou em algumas academias de lutas para assistir as aulas, fomos em várias modalidades. E quando assisti aula de Wushu, já quis logo fazer uma aula experimental. Lembro que fiquei encantada com a beleza dos movimentos da luta. Era uma aula de taolu (parte de apresentação do Wushu). Assim iniciei aos sete anos treinando taolu, e aos 8 anos já iniciei nas competições. Aos 16 anos parei de competir o taolu (parte apresentação) e fiquei apenas no sanda (luta de contato).

Existem quantos estilos de kung fu? Quais as diferenças?
Existem vários estilos, mas quando falamos em alto rendimento são divididos em dois: taolu e sanda. Até o próprio nome da arte marcial todos chamam de kung fu, mas o nome correto é wushu. De acordo com a tradição chinesa, kung fu: trabalho árduo (então podemos encontrar em qualquer profissão), e wushu: arte marcial. Porém, no Brasil, só conhecem por kung fu.

Quando você notou que poderia praticar profissionalmente?
Acho que foi naturalmente! Comecei a treinar e logo já queria competir. Lembro que, quando criança, eu dizia que seria a melhor lutadora do mundo (risos). Então as coisas foram acontecendo. Em 2007 fui convocada para a Seleção Brasileira e estou lá até hoje.

Quais as principais dificuldades que os atletas enfrentam em MS?
Acho que não só no Mato Grosso do Sul, mas no Brasil: a falta de patrocínio. Infelizmente não conseguimos ter uma rotina somente de atleta.

Em qual patamar Mato Grosso do Sul está em relação a outros estados?
No wushu temos grandes atletas no nosso Estado. No último Campeonato Brasileiro, voltamos todos com pódio. Acredito que nosso Estado não está diferente dos outros estados, porém alguns lugares há um maior interesse das empresas em apoiar atletas.

Como foi sua participação na Universíade de Verão?
Foi muito legal. É o segundo maior evento poliesportivo do mundo, atrás apenas das Olimpíadas. Foi o primeiro ano que o wushu participou desse evento, então fiquei muito feliz em fazer parte dessa história. Lutei contra a sul-coreana nas quartas de finais e não consegui a vitória, perdendo por pontos, porém foi uma grande luta. Ela foi a campeã da categoria.

Uma viagem como essa tem um custo muito alto.
As viagens são muito caras, não consigo custear em alguns casos. Quando não consigo apoio, realizo rifas e almoços. Mas, no caso da Universíade, todos os custos foram pagos por parte da Confederação Brasileira de Desporto Universitário. Tenho algumas parcerias que me ajudam muito: Faculdade Unigran Capital, Revista Portal Saúde, nutricionista Tatiana Sarmento, Laboratório Célula, KMW Artigos Esportivos e Invotec.

Como você avalia o trabalho das federações locais?
Faço parte da federação de kung fu wushu. Eles estão sempre comigo para fazer projetos, eventos. Trabalhamos juntos, sempre fazem o possível para me ajudar. [A falta de apoio] limita o trabalho da Federação, pois tudo precisa de verba para funcionar. Ela não consegue custear os atletas, pois não tem verba.

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