Bate-Bola | Osvaldo Sato / Da redação | 02/03/2007 13h48

Bate-bola: Valdo Cândido de Oliveira Filho

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Valdo jogou duas Copas do Mundo pelo Brasil, além de ter atuado pelo PSG e pelo Benfica Valdo jogou duas Copas do Mundo pelo Brasil, além de ter atuado pelo PSG e pelo Benfica (Foto: Esporte Ágil / Osvaldo Sato)

Valdo

O ex-atleta profissional Valdo esteve em Campo Grande nos dias 01 e 02 de março, para avaliar jogadores, juntamente com dois empresários franceses, das categorias de base das equipes do Vila Nova Esporte Clube, Guaicurus/Dom Bosco, Associação Coophatrabalho e Operário.

Valdo Cândido de Oliveira Filho nasceu em 1964, na cidade de Siderópolis, no sul catarinense. Ele teve uma carreira de sucesso no futebol. Participou de duas Copas do Mundo (México-86 e Itália-90), fez 11 gols defendendo a Seleção Brasileira. Participou das principais competições do mundo, atuando pelo Paris Saint Germain e Benfica. Iniciou sua carreira em 1983, no Figueirense, passando por Grêmio, Cruzeiro, Santos, Sport, Atlético-MG, Juventude, São Caetano e Botafogo, onde encerrou sua carreira em 2004.

Em entrevista ao Esporte Ágil, ele falou sobre os momentos marcantes de sua carreira e sobre quais suas atividades no momento, como o time que ele mantém em Santa Catarina, o Camboriense, que está na luta para subir para a Primeira Divisão do Estadual em 2008.

Esporte Ágil - Qual o segredo da longevidade de sua carreira com atleta profissional?
Valdo -
Foram 23 anos atuando no profissionalismo. Minha carreira não teve segredos, pois sempre fui apaixonado pelo que fiz. Quando comecei a jogar, nunca tinha pensado em ganhar dinheiro com o futebol, apenas me imaginava dentro do Maracanã, do Pacaembu, com a torcida gritando meu nome; esse sempre foi meu grande sonho. O dinheiro aconteceu como conseqüência do meu trabalho, e não é a coisa mais importante que tenho. O mais importante é o amor que tive pelo meu trabalho, onde sempre procurei ser o mais profissional possível.

Esporte Ágil - O que você faz atualmente?
Valdo -
Moro em Balneário Camboriú-SC, onde tenho uma empresa de construção civil  e uma firma de promoções e eventos. Além disso, tenho um clube de futebol chamado Camboriense, que foi campeão do Estadual da Segunda Divisão em 2006. Porém, devido a uma mudança no regulamento, teremos que disputar um playoff neste ano, com mais três equipes, onde as duas melhores classificadas subirão para a primeira divisão do Catarinense em 2008. Jogamos a Segunda Divisão 2006 com atletas de 15 a 22 anos, uma equipe praticamente júnior e fomos campeões. Um de nossos jogadores é o Robert, de 16 anos, que é campo-grandense. Desse grupo, restam poucos hoje, pois foram negociados para clubes do Brasil e Europa.

Esporte Ágil - Algum clube por onde você passou deixa mais saudades?
Valdo -
Por onde passei, tive amores diferentes. Eles foram como filhos; sou pai, e não faço distinção entre eles. Amo todos do mesmo jeito. Em Paris (no PSG), atingi o pico da minha carreira, e quando voltei para o Cruzeiro, comecei a ser conhecido no país. O Grêmio e o Figueirense foram grandes escolas e tenho muito respeito por estes clubes. Pelo Benfica, tenho muito orgulho de ter atuado em um dos maiores clubes do mundo. Outros como Atlético-MG e Sport-PE, cada clube teve um a boa história.

Esporte Ágil - Quais foram os gols mais marcantes de sua carreira?
Valdo -
Na final do Brasileirão, em 1998, fiz um gol de falta contra o Corinthians, no Estádio Mineirão. Outro gol marcante foi nas quartas-de-final da Copa da Uefa 92-93, quando o PSG venceu o Real Madrid por 4 a 1, e fiz um dos gols que deu a classificação para meu time.

Esporte Ágil - Que mensagem você deixa para o garoto que sonha tornar-se atleta profissional?
Valdo -
Amem a profissão que escolheram. Tenham disposição sempre, porque mesmo com uma técnica apurada, todos precisam correr. O atleta das categorias de base acha que por se destacar, não precisa se aplicar tecnicamente, mas isto é um erro. Precisam ter muito respeito pelos colegas de trabalho e respeitar sempre a opinião do treinador, que, certo ou errado, é pago para isso, enquanto os jogadores são pagos para jogar.
Tenham consciência que este meio é de renuncia, porque o atleta começa a ganhar dinheiro no auge da juventude, mas é preciso abdicar de certas coisas. Eu nunca gostei muito da noite, mas ela tem seus encantos. O atleta profissional precisa saber que a noite é incompatível com o profissionalismo. Você é "feinho", mas começa a ganhar dinheiro, você fica "bonitinho", daí ganha um pouco mais de dinheiro, você é "lindo". O jovem atleta tem que tomar todos os cuidados possíveis.
O que posso dizer é que ser atleta profissional é uma das profissões mais bonitas que existem, pois mexe com as emoções de outras pessoas. E por ter esse dom de mexer com a emoção de outras pessoas, você deve ter muito respeito por elas.

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