Bate-Bola | Da redação | 12/09/2006 16h54

Bate-Bola: Tiago Augusto Tristão

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“Mesmo com o uniforme que fizemos ainda confundem o esporte com vandalismo”, reclama “Mesmo com o uniforme que fizemos ainda confundem o esporte com vandalismo”, reclama (Foto: Vitor Yoshihara/Esporte Ágil)

Tiago A. Tristão

Praticante de ginástica olímpica e kung fu, Tiago Augusto Tristão, nascido em Campo Grande, aderiu recentemente a outro esporte: o Le Parkour. A modalidade surgiu na França, e traduzido para o português significa "o percurso". No Brasil, o esporte ainda é muito jovem, tendo apenas 3 anos. Já no Mato Grosso do Sul, o Le Parkour chegou mesmo apenas no começo deste ano, com a iniciativa de Tiago e alguns amigos.

O Le Parkour é uma disciplina onde os praticantes - conhecidos como traceurs, ou traceuse, no feminino - usam seu corpo para passar obstáculo de uma forma rápida e fluente. No Parkour você aprende técnicas desde como subir um muro, até como pular de um lugar alto, porém o parkour não se trata de um esporte de saltos em prédios.

Ele consiste em um homem correndo de alguém/algo e nenhum obstáculo pode pará-lo, mas, ele não é só isso, além de passar os obstáculos, você deve executar os movimentos da forma mais natural possível usando o obstáculo como se fosse parte do seu corpo.

O fato interessanto foi o modo de como a modalidade, criada pelo ex-ginasta e militar David Belle, desembarcou no Brasil. Em São Paulo, o grupo hoje conhecido como Le Parkour Brasil começava a imitar os videos de David vistos na internet. Em Brasilia, do mesmo modo, aqueles que hoje são membros da Associação Brasileira de Parkour começavam quase que no mesmo período a estudar e praticar o que então parecia um esporte radical.

A principal reclamação do Le Parkour CG, grupo co-fundado por Tiago na Capital, é quanto ao preconceito que ainda existe em relação a população e principalmente quanto a polícia local. "Mesmo com o uniforme que fizemos ainda confundem o esporte com vandalismo", reclama.

Quando você começou a praticar o Le Parkour?
No ano passado. Vimos vídeos na internet e resolvemos fazer também. Começamos com um pequeno grupo de amigos e hoje buscamos divulgar o esporte e conseguir novos praticantes.

Podem praticar a modalidade pessoas de qualquer idade?
Com vontade e treinamento qualquer um pode, desde que a pessoa entenda que tipo de desafios queira e possa fazer. Em todo encontro sempre aparecem novas pessoas querendo aprender sobre o Le Parkour.

Vocês realizam encontros toda a semana?
Nós tentamos nos reunir pelo menos nos finais de semana, já que cada um tem seus deveres durante a semana, como trabalho e estudo. Pelo Orkut achamos um jeito de divulgar o esporte e marcar os encontros (Comunidade Le Parkour CG: http://www.orkut.com/Community.aspxcmm=6792391).

Onde vocês praticam o Le Parkour?
Praticamos no meio urbano. Íamos no Horto Florestal, mas acabaram nos barrando pela área onde treinavamos ser para idosos. Pedimos uma autorização para a Funesp mas ainda não tivemos resposta. O jeito foi praticar nos fins de semana quando o movimento urbano é mais fraco.

Os praticantes da modalidade sofrem preconceito?
Por falta de conhecimento a população e policiais nos confundem com vandalismo. Nunca chegamos a ser presos, mas mesmo depois de conversarmos eles ainda reclamam que estamos sujando o local ou destruindo algo. Não tem como, já que o Le Parkour consiste na integração do homem com o meio, e não tem o porquê destruirmos.

O Le Parkour pode ser considerado um esporte completo?
Sim, pois mexe com todas as partes do corpo. Existem exercícios de agilidade, acrobacia, precisão e força, além de ser necessário um preparo físico do praticante. Eu, por exemplo, voltei a praticar a ginástica e o kung fu para aliar ao Le Parkour.

Mas devido a isso o Le Parkour pode gerar lesões?
Pode, mas como falei, depende do que a pessoa quer, do tamanho do desafio que ela busca. A minha lesão mais séria, por exemplo, foi quando bati o quadril na quina de um muro. Já um amigo meu se machucou seriamente, mas porque tentou algo que até hoje não sei a razão.

Vocês já pensaram em dar algum curso?
Eu não acho legal cobrar por algo que não temos como comprovar que sabemos mesmo, mas quem quiser aprender convidamos para ir em nossas reuniões que ensinaremos os movimentos.

Quem quiser entrar em contato com Tiago para se informar mais sobre a modalidade ligue para o telefone 9951-3849. Se preferir, acesse a comunidade do grupo Le Parkour CG (http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6792391).

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