Bate-Bola | Vitor Yoshihara/Da redação | 10/11/2008 12h20

Bate-bola: Erivaldo Benedito da Silva

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Currículo do treinador inclui passagem pela seleção brasileira cadete. Currículo do treinador inclui passagem pela seleção brasileira cadete. (Foto: Foto: Vitor Yoshihara/Esporte Ágil)

Erivaldo B. da Silva

A paixão pelo handebol começou desde os tempos de garoto. Hoje, aos 40 anos de idade, o campo-grandense Erivaldo Benedito da Silva, professor do Colégio Auxiliadora e da Uniderp, vive a expectativa de finalmente ver uma equipe sul-mato-grossense disputando a Liga Nacional. Técnico da seleção infantil de MS e ex da cadete, o professor já foi campeão dos Jogos da Juventude em 2001, campeão brasileiro de seleções em 2007, terceiro lugar no Brasileiro Adulto este ano, tricampeão brasileiro entre escolas salesianas, além de ser duas vezes vice-campeão do Sul-americano com a seleção brasileira - na qual foi auxiliar técnico - em 2002 e 2003 - sendo esta, segundo ele mesmo, uma de suas maiores frustrações dentro do esporte.

Esporte Ágil - Como começou seu envolvimento com o handebol?
Erivaldo da Silva -
Minha história começou desde quando eu participava dos Jogos Escolares. Na época nós estudávamos na Escola Municipal João Nepomuceno e nós tínhamos nosso professor, Leoci Marinho de Sá, que é uma das pessoas pela qual eu tenho muita admiração, um dos pioneiros do handebol aqui no nosso Estado. Na época tivemos a oportunidade de conhecer a modalidade na escola e desde então começamos a desenvolver esta atividade dentro do colégio, acabamos nos envolvendo no handebol como atletas, desde 1979, e ao sairmos da escola demos prosseguimento ainda com a modalidade em várias competições, em Jogos Abertos, em competições importantes aqui dentro do Estado. Depois entramos na universidade, e após formados desde 1990 iniciamos essa jornada no handebol como técnico.

Esporte Ágil - Qual a sua atuação nos dias atuais no handebol sul-mato-grossense?
Erivaldo da Silva -
Hoje eu trabalho atualmente no Colégio Auxiliadora e na Uniderp/Anhanguera. A gente tem trabalhado principalmente com o objetivo de desenvolvermos o handebol dentro das escolas e das universidades também, além de elevarmos o nome de Mato Grosso do Sul, haja vista que a modalidade é a que mais trás resultados em relação ao esporte de quadra. Nosso objetivo é estar figurando sempre entre as melhores equipes do País.

Esporte Ágil - Você falou de levar o handebol às escolas e faculdades. Esse foi um dos principais temas do evento que teve em Bonito. O que a realização desse encontro pode significar para o Estado?
Erivaldo da Silva -
Isso significa que a modalidade sempre buscou excelência. Hoje temos através da Federação [de Handebol de Mato Grosso do Sul] grandes projetos que são desenvolvidos em Campo Grande e também no interior. Eu posso citar o de Mini-Handebol, que é uma ação da Federação juntamente com a Confederação Brasileira [de Handebol], da qual nós temos quatorze pólos localizados no Estado. Além desse projeto, temos o de seleções nos naipes masculino e feminino, envolvendo as categorias mirim, infantil, cadete e juvenil, tendo a possibilidade no próximo ano, com um grande projeto, de culminar com a disputa da Liga Nacional, que é um dos nossos sonhos.

Esporte Ágil - O que fazer agora para uma equipe sul-mato-grossense disputar uma Liga?
Erivaldo da Silva -
Na verdade esse projeto culmina com as equipes de São Gabriel do Oeste. O objetivo maior é trazermos o time do interior para Campo Grande, e através disso representarmos o Estado nessa Liga Nacional, juntamente com outros parceiros que possivelmente poderão estar fazendo parte desse projeto.

Esporte Ágil - Vai ter alguma seletiva ou é mais a questão de falta de apoio do poder público e privado?
Erivaldo da Silva -
Nós recebemos na verdade um convite através da CBHb para que pudéssemos representar essa região na Liga Nacional. O que falta hoje é culminar algumas parcerias que são de suma importância para a participação nessa competição. Algumas pessoas já têm investido na equipe e na verdade precisamos apenas da iniciativa não só do poder público, mas do privado também, para representarmos Campo Grande e levarmos o nome de nosso Estado. Para você ter idéia, já participamos de cinco campeonato brasileiros de clubes, dos quais fizemos quatro semifinais e tiramos dois terceiros, um quarto e um sexto lugar. Se levarmos em consideração a falta de incentivo e patrocínio, além de ver que nossa equipe é um clube escolar, se tivermos um pouquinho mais de apoio da iniciativa privada e pública, com certeza iremos figurar entre as melhores equipes do País, isso falando em nacionais de clubes. Se partirmos para o lado dos torneios de seleções, nós obtivemos um título nos Jogos da Juventude em 2001, em 2007 ficamos em quarto lugar do Brasileiro Infantil da Confederação, e ano passado conseguimos um título inédito na categoria infantil. Vamos agora para Santa Catarina, para representar mais uma vez nosso Estado, e com grande possibilidade de trazermos o bicampeonato. A equipe está sendo preparada desde maio, e vamos culminar agora com essa competição, na qual estarão presentes as melhores seleções dentro da modalidade.

Esporte Ágil - Vamos supor que Mato Grosso do Sul participe da Liga Nacional. O que isso vai representar para o aumento de praticantes de handebol no Estado?
Erivaldo da Silva -
Com relação à participação, hoje podemos afirmar que é considerada uma das modalidades mais praticadas dentro da escola, mas quando esses alunos adentram as universidades, falta realmente um incentivo, um clube, ou uma estrutura melhor para que esses atletas dêem seguimento na modalidade. Mas essa provável participação vai representar todo este trabalho de base que está sendo realizado através dos projetos desenvolvidos pela FHMS. Nós vamos conseguir culminar com uma equipe adulta em no máximo dois ou três anos, com certeza não precisaremos mais sair daqui do Estado para reforçar nossas equipes. Hoje, por exemplo, temos seis atletas que são de fora. Desses, quatro são jogadores que já participaram de competições internacionais, compondo a seleção brasileira. E no período que estávamos na seleção, de 2002 a 2004, esses atletas já haviam sido convocados por nós, quando demos a oportunidade para esses jogadores estarem despontando. São atletas que já disputaram competições nacionais, já participaram de equipes importantes, no caso Metodista, Pinheiros e São Caetano, que são times que representam o maior nível em termos de handebol no País. Essa é uma expectativa muito grande para nós handebolistas do Estado, aquelas pessoas que são apaixonadas pelo handebol, aquelas pessoas que deram sua vida, viveram pela modalidade, e eu posso afirmar que o handebol não vai apenas adentrar na Liga Nacional, ele vai para se fixar, para ficar, e com certeza em breve teremos um grande resultado na competição. Esse é nosso objetivo, da federação, e principalmente é um sonho para todas as pessoas que são apaixonadas pelo handebol.

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