Bate-Bola | Jeozadaque Garcia/Da redação | 12/07/2010 12h38

Bate-bola: Ederson Joacir Wagner

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“Juntos somos fortes”, crava o dirigente, que prega união das cidades da região norte de MS. “Juntos somos fortes”, crava o dirigente, que prega união das cidades da região norte de MS. (Foto: Foto: Divulgação)

Ederson Wagner

Formado em Educação Física pela UCDB em 2004 e Pós-Graduado em Treinamento Esportivo em 2007, o catarinense Ederson Joacir Wagner é diretor desportivo da Fundação de Desporto de São Gabriel do Oeste, cidade ao norte de Campo Grande.

No Bate-bola, fala um pouco sobre sua vida e conquistas e defende a união dos municípios da região norte do Estado para organizarem torneios. "Juntos somos fortes", garante.

Esporte Ágil - Como começou seu interesse pelos esportes?
Ederson Wagner - Na verdade foi na escola. Fui atleta de futsal por um tempo. Joguei dois anos em Santa Fé do Sul (SP), onde estava cursando Educação Física, e logo depois recebi um convite para vir jogar na UCDB, sempre sendo bolsista. Fui atleta profissional em São Paulo e semi profissional aqui no Estado.

EA - E ganhou muitos títulos?
EW -  Sou campeão paulista na categoria sub-21, título que ganhei em 2001 pela equipe de Santa Fé do Sul, bicampeão dos Jogos Abertos de São Paulo, também por Santa Fé, campeão da Copa Morena em 2003 pela UCDB, e bicampeão da Copa dos Campeões, em 2003 e 2004. Quando me formei, resolvi me dedicar ao trabalho. Montei uma academia aqui em São Gabriel do Oeste e trabalho como diretor desportivo da Fundesg, Fundação de Desporto de São Gabriel do Oeste.

EA - E como pintou o convite pra ser diretor desportivo de São Gabriel do Oeste?
EW - O cargo de diretor é de confiança. Após as eleições, fui convidado a ser diretor pelo presidente da entidade, Ivair Toreli.

EA - E quais projetos esportivos vocês desenvolvem hoje?
EW - Hoje temos aqui um projeto do Governo Federal, a PELC (Projeto Esporte e Lazer na Cidade), feita através de projeto nosso para o governo. Temos também realizado projetos internos do município, como o Jogando Pela Cidadania, um projeto que atende crianças carentes através do futebol em parceria com o Country Clube da cidade. Utilizamos o espaço dele para as atividades. Além desse, temos escolinhas gratuitas nas modalidades de futsal, de 06 a 17 anos, handebol, de 07 a 17 anos, natação, de 07 a 16 anos. Montamos polos esportivos nas escolas do município para atender crianças dos bairros que residem próximo.

EA - As empresas privadas ajudam o esporte?
EW
- Hoje temos algumas empresas parceiras aqui. Inclusive realizamos os Jogos Empresariais em parceria com a Associação Empresarial. Mas vejo a questão do marketing esportivo como um grande mercado a ser explorado não somente aqui ou nas cidades pequenas, mas em todo o País. Ainda somos atrasados em relação a marketing esportivo e temos algumas limitações, mas com certeza a realização de grandes eventos esportivos no País, como Olimpíadas e Copa vai nos ajudar muito.

EA - O auxílio do poder público é suficiente?
EW - A Fundação tem poder próprio e recebe verba da prefeitura. Atualmente nossa verba baixou devido a baixa arrecadação municipal. Como presidente da Liga da Regiao Norte, tive a felicidade de viajar pela região conhecendo a realidade das cidades e podendo trocar algumas ideias com os prefeitos por aqui. Observo que às vezes os prefeitos não têm uma visão ampla de como o trabalho com o esporte pode ajudar na sua gestão, não somente com resultados em competições, mas sim como trabalho social mesmo. Boa parte dos gestores de nossa região trabalham com pouca verba. Não têm calendário esportivo do município. A cada evento se torna aquela correria para ter aprovação e isso é complicado.

EA - A a estrutura física de São Gabriel é suficiente? Como ela é?
EW
- Temos dois ginásios de esporte, um estádio municipal com pista de atletismo, um parque aquático com piscina para as escolinhas e abriremos em breve para a população em geral. Realizamos eventos o ano todo contemplando a maioria das modalidades.

EA - E quais modalidades esportivas se destacam por aí?
EW
- Temos um trabalho forte com o handebol, que já vem de muito tempo com excelentes profissionais. A natação de São Gabriel do Oeste tem nos dado muitos resultados expressivos, mas o grande foco do trabalho municipal é voltado para a qualidade de vida da população e trabalho social. A questão dos resultados é somente uma das consequências. Acredito que o próximo passo futuramente é sim começar a trabalhar com o esporte de rendimento, visando os resultados. Já observei em algumas cidades, por exemplo, a cidade tem um time de futebol profissional no estadual e somente. O custo disso tudo é alto e o município não consegue oferecer mais nada para a população, somente um time. Acredito que em breve teremos sim algumas equipes de rendimento, inclusive no futebol, mas tudo isso sem perder as conquistas passadas das escolinhas e projetos sociais. Já trabalhei como preparador físico do Operário no Estadual de 2008, com alguns atletas de rendimento da natação e lutadores de muay thai. Sei como é o esporte de rendimento. É muito caro para se manter.

EA - Existe algum intercâmbio com cidades vizinhas?
EW - Com a criação da Liga, estamos tendo mais contatos e eventos na nossa região. Conhecemos praticamente todos os gestores, trocamos ideias. Com isso, fortalecemos o esporte regional. O grande problema das pequenas cidades com seus atletas de base é a falta de jogos e competições. Enquanto uma equipe de Campo Grande disputa 10 competições ao longo do ano, uma de São Gabriel joga somente duas. Estamos muito atrás ainda, mas a grande ideia da Liga é essa: realizar competições a nível regional fortalecendo assim nossas equipes. Um exemplo teve ano passado. A cidade de Bandeirantes tem um projeto muito bonito com futebol, e no final do ano foi disputar a Copa Mercosul em São Paulo. Na verdade, levou um selecionado da região, com atletas de São Gabriel, Bandeirantes, Pedro Gomes, Sonora, Rio Verde e Coxim, e voltou com o terceiro lugar, um resultado muito bom para a região. Juntos somos fortes.

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