Bate-Bola | Da redação | 10/07/2006 14h38

Bate-bola: Edemir Elias Fermino

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Amaral: “Esporte é necessário para o desenvolvimento de uma melhor qualidade de vida”. Amaral: “Esporte é necessário para o desenvolvimento de uma melhor qualidade de vida”. (Foto: Osvaldo Sato)

Edemir Elias Fermino

Campo Grande (MS) - O professor de educação física e jiu-jítsu, Edemir Elias Fermino, é conhecido como "Amaral" e, desde agosto de 2005, é o presidente da Federação de Jiu-jítsu de Mato Grosso do Sul. Praticante do esporte desde o final de 1997, ele atualmente ostenta a faixa preta primeiro dan. Em entrevista ao Esporte Ágil, ele falou sobre a prática do jiu-jítsu no estado, sobre a existência de academias irregulares e sobre sua visão sobre a importância do esporte.

Esporte Ágil - Existem quantos atletas praticantes de jiu-jitsu em Mato Grosso do Sul?
Edemir -
Não tenho o número exato de praticantes. Faço uma estimativa pelo número de participantes de campeonato. Normalmente, eles são 30% do total de praticantes. Então, temos em torno de 250 participantes. Levando em consideração esse número, tempos quase mil atletas praticantes de jiu-jitsu em MS.

Qual foi o planejamento para este ano?
Programamos seis campeonatos estaduais, com um recesso durante o período da Copa do Mundo. No último campeonato, a Seletiva para o Mundial, participaram atletas de todo o estado.

Os atletas sul-mato-grossenses tem boas chances no Mundial?
Sim. Nosso estado tem um número muito grande de atletas de ponta. Então, com certeza, temos de seis a oito atletas com possibilidade de ser voltarem para MS com medalhas. Nosso estado tem sido muito bem representado nestes últimos anos nos campeonatos nacionais e mundiais. O Campeonato Mundial acontece na segunda quinzena de julho, na cidade do Rio de Janeiro.

Existem academia irregulares no Estado?
Sim. Algumas pessoas treinam durante seis meses ou um ano, com determinados professores; param de treinar e abrem uma academia, em um bairro afastado e começam a trabalhar, dizendo que são professores de jiu-jitsu. Começam a ensinar aquilo que eles acham correto. Essas pessoas são irregulares, não tem vínculo com a Federação e não tem credibilidade para passar nada para seus alunos.

Como fazer para evitar essas academias e professores irregulares?
A pessoa deve procurar saber se essa academia faz parte da Federação, se esse professor é credenciado para ensinar o esporte. Se esse professor não for faixa preta, procurar saber quem é o responsável por esse treinador, pelo treinamento. A Federação vem desenvolvendo um trabalho de incentivar os professores a fazerem cursos de graduação em Educação Física, para dar maio credibilidade ao jiu-jitsu, porquê além de tecnicamente capacitado, ele será capacitado para trabalhar com qualquer faixa etária, sexos diferentes e em várias outras situações. Na Federação de Jiu-jitsu, temos eu, os dois vice-presidentes e o coordenador técnico formados em educação física.

A Federação tem como proibir o funcionamento de academias irregulares?
Infelizmente não. Nós procuramos informar a população de quem são as pessoas habilitadas, para não serem enganadas por pessoas que não podem ensinar o jiu-jitsu. Porém, não temos condições de proibir quem atua irregularmente.

Na sua opinião, qual a importância do esporte para as pessoas?
O esporte é fundamental na vida de qualquer ser humano. Nos dias de hoje, com a correria do dia-a-dia, ninguém mais faz uma caminhada natural, um esforço natural, como varrer casa, lavar roupa, fazer caminhadas de um local a outro, pois tudo isso, as máquinas fazem. A atividade física é extremamente necessária para a pessoa desenvolver uma qualidade de vida melhor. Algumas pessoas pensam que fazem jiu-jitsu apenas para lutar, e não conhecem o retorno fisiológico que a prática pode trazer. Recentemente fiz uma pesquisa científica a respeito de quais os benefícios fisiológicos que o jiu-jitsu pode trazer para o praticante e constatei, entre outras coisas, a redução de gordura, ganho de massa muscular, aumento da agilidade, força, capacidade cardio-respiratória, aumento da flexibilidade, o que acarreta uma melhora física e estética para o indivíduo. Um beneficio extremamente importante. As pessoas treinam visando as lutas, mas esquecem destes benefícios que o esporte pode trazer.

O atraso no repasse da verba do FIE atrapalhou as atividades da Federação?
Assumi a federação sem nada, nada mesmo. Não tinha um real, caixa zero, não tinha mesa, caneta, nem mesmo estatuto que tinha sido perdido. De lá pra cá, trabalhamos com patrocinadores, eventos, arrecadando fundos, pra dar giro nos eventos. Até agora temos conseguido. Estávamos contando com esses recursos para implementar a  federação, como com um tatame, um computador, coisas que fazem falta para trabalharmos. Isso indiretamente nos atrapalha, pois estamos realizando eventos, mas só. Não estamos crescendo. Nossa perspectiva era neste ano crescer mais de 100%; com este atraso, continuaremos na mesma. A verba não veio, o esporte parou também.

É difícil conseguir patrocínios para os eventos e atletas?
Existe meia dúzia de pessoas interessadas em incentivar o esporte e quase 50 federações correndo atrás destes recursos. Para piorar, temos a discriminação com o esporte de luta. Temos que explicar que o esporte não é intriga, não é violência.

O trabalho da Federação é fortalecer a imagem do esporte.
Isso. Para isso estamos tentando tirar o jiu-jitsu do centro da cidade e implementar na periferia. O dinheiro que viria do FIE seria utilizado para isso, para o aumento de nossa rede, mas estamos estagnados.

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