Bate-Bola | Osvaldo Sato/Da redação | 31/01/2008 15h31

Bate-bola: Danilo Meira Cristófaro

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Danilo Cristófaro participou de duas etapas da Motovelocidade em 2007. Danilo Cristófaro participou de duas etapas da Motovelocidade em 2007. (Foto: Matheus Tanigushi/Esporte Ágil)

Danilo Cristófaro

O piloto Danilo Meira Cristófaro, de 31 anos, será um dos representantes de Mato Grosso do Sul na disputa do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade 2008, que começa no dia 23 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP). Com a equipe Fura 300, ele participou de duas etapas na temporada do ano passado, conquistando um ponto na etapa de Campo Grande (MS). Neste ano, o piloto e sua equipe pretendem participar das seis etapas da competição e brigar como uma "equipe média". Em entrevista ao Esporte Ágil, Danilo falou sobre sua experiência nas pistas, sua equipe, o grupo Fura 300, e todas suas expectativas para a disputa do Brasileiro de Motovelocidade.

Esporte Ágil - Como você começou na Motovelocidade?
Danilo Meira Cristófaro -
Participo do grupo Fura 300, que em 2006 começou a adquirir motos de 500cc visando treinar no Autódromo e participar do Brasileiro. Porém, em 2007, as regras da Confederação mudaram e as categorias 500 e 125 cc foram extintas, sendo disputadas as categorias 250, Hornet (600) e Superbike (1000). Nosso grupo arrumou então uma moto 250 e participei desta quarta etapa, terminando na 15ª posição e ficando com um ponto. Depois, participamos da quinta e última etapa, em Interlagos. Nosso grupo havia adquirido diversas motos 500cc, mas agora elas ficarão para treinamentos e vou participar da disputa na categoria Hornet 600.

Esporte Ágil - O que é exatamente o grupo Fura 300?
Danilo Meira Cristófaro -
É um grupo de amigos que possuem motos esportivas e reúnem-se para viagens, encontros, almoços e para sair nos finais de semana. Percebemos que treinando no Autódromo, fazendo cursos, poderíamos ir à pista quando quiséssemos com mais segurança. O site oficial do grupo é o www.fura300.com.br e o pessoal pode acessar para conhecer nossa história e os integrantes. O grupo está cada vez mais forte. Se a gente corre, corre com a ajuda destes amigos, por que ainda não temos patrocínio.

Esporte Ágil - Qual a sensação de participar da Motovelocidade?
Danilo Meira Cristófaro -
A primeira participação, em Campo Grande, foi algo indescritível. Eu conhecia o Autódromo, estava em casa, mas quando alinhei ao lado dos melhores pilotos do país, que possuem patrocinadores, que fazem da motovelocidade sua profissão, senti que estar ali é algo incrível e emocionante. Em Interlagos, foi uma emoção ainda maior, um autódromo que recebe a Fórmula 1, recém reformado, que tantas vezes vi pela televisão. o ano passado foi um ano de estréia, de contemplação, do que era estar dentro de um circuito de motovelocidade. Neste ano, já estou sentindo mais segurança, buscando melhorar a técnica, a moto e também patrocinadores, para brigar como uma equipe média, ser realmente uma equipe, sem improvisações, mas ter uma moto para disputar o campeonato, com piloto, mecânicos e etc. Porém, se a 500 cilindradas ainda existisse, teríamos ao menos 4 representantes de Campo Grande.

Esporte Ágil - Qual a potência da moto da categoria Hornet 600?
Danilo Meira Cristófaro -
Em uma reta como a de Campo Grande, a moto chega a quase 200 km/h. Em Interlagos, ela pode chegar a 230km/h. Em Santa Cruz do Sul-RS, chega a quase 240 km/h. A Hornet é uma categoria intermediária, entre a Supersport e a 250, mas a Honda viu um grande potencial, colocando sua moto com motor 4 cilindros, sendo que antes a 500cc era disputada com motor de 2 cilindros.

Esporte Ágil - Quantas etapas e onde serão disputadas as corridas da Motovelocidade?
Danilo Meira Cristófaro -
A CBM divulgou um calendário provisório com seis etapas, sendo duas em São Paulo, uma em Brasília, uma no Rio de Janeiro, uma em Santa Cruz do Sul-RS e uma em Curitiba. Porém, fala-se nos bastidores que uma destas etapas pode ser alterada para que Campo Grande receba uma etapa. Aqui precisamos de mais divulgação e investimentos, porque o campeonato é patrocinado pela Honda e Mobil e pela Pirelli que é parceira. Essas empresas estão sempre medindo a conservação do Autódromo, a presença de público, para ter esse feedback, porque todos esperam um bom público num evento deste porte, pois não é cobrado ingresso e não justifica não ter público. Em minha opinião, o fator mais prejudicial a Campo Grande, que pode tirá-lo do circuito, é a conservação do Autódromo, porque por enquanto, ele é comandado por uma "massa falida", o que impossibilita os investimentos.

Esporte Ágil - A Federação tem dado apoio a vocês?
Danilo Meira Cristófaro -
A Femems ajuda dentro de suas possibilidades, mas ela ainda não tem uma estrutura para a motovelocidade, mesmo por causa de nossa cultura mais voltada para o motocross e enduro. A partir desta etapa que participamos em Campo Grande, o Firmo Alves (presidente da Federação) tem se mostrado disposto a dar uma atenção pra Motovelocidade local. Na medida do possível, eles estão nos apoiando e, conforme formos entrando no campeonato, acho que vai dar uma visibilidade também para a Femems e eles vão nos apoiar ainda mais. É um esporte caro e não há como não falar em patrocínio. Uma etapa da motovelocidade, para participar com duas motos, gasta-se aproximadamente 10 mil reais. Conseguimos alguma ajuda, mas se não tiver apoio, com o tempo inviabiliza essa participação. Para que uma equipe se torne profissional, acredito que tenha que buscar patrocinadores na iniciativa privada e também se unir à Federação, para que ela também busque junto aos seus parceiros o patrocínio necessário.

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