Sexta-feira, 16 de maio de 2025, 17:35

Fabiano da Silva compartilha trajetória no trail run em MS

da redação - 15 de mai de 2025 às 15:10 50 Views 0 Comentários
Fabiano da Silva compartilha trajetória no trail run em MS Da Redação

Viver no campo desde a infância deu ao sul-mato-grossense Fabiano da Silva Pereira uma conexão natural com a terra, a mata e o silêncio das trilhas. Nascido em 27 de maio de 1991, em Sete Quedas, Fabiano encontrou na corrida de trilha – o trail run – uma forma de transformar esse vínculo com a natureza em disciplina, superação e conquista.

Foi apenas em 2019 que ele participou da sua primeira prova de trail run, mas a relação com o ambiente das trilhas vem de muito antes. “Sempre gostei de estar em contato com a natureza. Eu nasci e fui criado na roça. Sempre gostei de ir para as trilhas durante as férias da escola e, por morar num sítio que tinha floresta nos fundos, tínhamos esse contato quase que diário com a natureza”, recorda.

De lá para cá, ele acumulou vitórias em várias regiões do Mato Grosso do Sul. Mas uma delas tem um significado especial. “Acho que a prova que tem um lugar especial em meu coração é o Trail Run Morro do Paxixi, pelo fato de ser tricampeão da prova na distância de 21k e com a camisa da minha equipe TR8 Run Club”, destaca. A parceria com o treinador Rafael Ovando, segundo ele, “tem dado muito certo”.

A preparação para as provas, mesmo em nível competitivo, precisa se encaixar dentro da rotina de um atleta amador. “Treino quatro vezes na semana porque tenho que me desdobrar entre trabalho e treinos. Tenho alguns patrocínios, mas são valores que ajudam mais com inscrições e suplementação. Hoje ainda é difícil viver somente do esporte no nosso país”, relata. Ainda assim, a seriedade com que trata os desafios é evidente. “Costumo visualizar toda minha prova, todo o percurso do início ao fim. Sempre faço isso nos dias que antecedem cada prova.”

O cenário do trail run no Mato Grosso do Sul apresenta particularidades que exigem do atleta mais do que preparo físico. O ambiente impõe obstáculos naturais e logísticos. “O calor que temos durante uma boa parte do ano, principalmente nas regiões como Corumbá, Miranda, Aquidauana e aqui em Bonito, onde moro, é um dos desafios. Mas também temos poucos locais para treinar trilha. Temos muitos morros, mas poucas trilhas abertas, até pelas questões de preservação ambiental, que é compreensível”, pontua Fabiano.

Mesmo com as limitações, ele já enfrentou situações extremas. “Já corri uma prova de 35 km de montanhas onde tive câimbra no km 15 e corri os outros 20 km sentindo essas câimbras. Para mim, foi a prova mais extrema que enfrentei, até por conta da elevação de 2.700 metros”, relata.

Mais do que colecionar troféus, Fabiano acredita que o esporte molda valores. “Esse esporte me ensinou a, primeiramente, nunca desistir dos meus sonhos. Me ensinou o respeito pelo próximo e pela história de cada um. Que tudo é possível para quem acredita. Ninguém pode me limitar e eu sou meu maior adversário.”

Esse aprendizado também se estende ao papel que exerce fora das pistas. Fabiano observa, apoia e aconselha novos atletas que surgem no cenário. “Acompanho sempre, para saber quem são os atletas que vão dar trabalho nas provas e que têm futuro no esporte. O conselho que dou para os mais jovens é que procurem um profissional do esporte para poder dar um suporte e um treinamento mais adequado, e que não queiram resultados imediatos. No trail ou em qualquer outro esporte, não existe mágica. O que existe é um trabalho bem feito com disciplina e dedicação.”

A base para essa trajetória está no apoio familiar e na rede de amigos e incentivadores que construiu. “A minha família é minha base. Minha esposa sempre me apoia nos treinos mais longos, e também faço isso por ela, porque é difícil para uma mulher treinar sozinha na trilha. E o apoio de pessoas que nos seguem nas redes sociais, os amigos que fazemos nas provas e sempre estão ali incentivando a cada desafio, esse é essencial”, afirma. Sobre os patrocinadores, ele é direto: “São os que nos permitem participar das provas e nos manter treinando. Isso eu confesso que ainda falta bastante, porque por aqui nos viramos nos trinta pra poder competir.”

Com os pés no chão, Fabiano projeta os próximos passos da temporada. “Este ano os planos são de competir aqui no estado mesmo. As próximas provas de trail são a Cachoeira Serra da Bodoquena, do circuito da G2 Esportes, e depois temos outras duas do circuito até o final do ano. Também o Trail Run Serra da Bodoquena, que, juntamente com o Desafio do Paxixi, são as duas maiores e mais tradicionais provas de trail do estado”, enumera. Ele não descarta voos mais altos: “Penso sim em competir em provas a nível nacional e internacional, mas de momento essas do nosso estado são as que conseguimos bancar.”

Comentários

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos com * são obrigatórios.

Parceiros

Enquete

O Governo de MS investe o suficiente no esporte sul-mato-grossense?